14 fevereiro 2007

Coisa de Gordo - 311


311 – Camarão na chapa
Nessa andança que fizemos pelo litoral catarinense, devidamente encarrapitados na Pousada de familiares, nos entregamos numa das noites a comer um Camarão na Chapa! Ora, estar em Garopaba e não se deliciar com os frutos do mar é quase uma heresia.
Na tarde do dia combinado, lá foram alguns da turma até uma das peixarias adquirir o precioso material. Foram, encomendaram, o dono do local ficou descascando o camarão e então mais tarde buscaram aquela delícia toda! Como fazê-lo? – veio a dúvida. Após breves debates, decidiu-se por atear fogo na churrasqueira e, sobre uma chapa quente, se colocar o camarão.
Aí surgiu um detalhe que talvez impressione a paulistas e mineiros. Gaúcho não concebe fazer um foguinho, seja lá para o que for, sem “encostar” um pedaço de carne, uma costela, um salsichão (que no resto do país chamam de “lingüicinha”). Novo debate e então, para não intimidar o camarão que era o prato principal daquela noite, optamos por assar junto “apenas” salsichões e pãezinhos! Pronto. O camarão continuava a ser o prato principal e a gauchada estaria satisfeita.
E assim se deu. O fogo dos carvões em brasa, a companhia de amigos e familiares, uma bebida de Abacaxi com leite condensado e vodca que a Comadre preparou, tudo isso encantou a todos nós! E então começou o ritual!
Chapa quente, fogo a mil, os camarões devidamente temperados foram sendo colocados, delicadamente sobre a chapa quente. O aroma era perturbador, a aparência do camarão também. Saindo daquela cor meio acinzentada, o troço foi ficando tostado, mais róseo, literalmente mais assado. E o anfitrião Paulo serviu numa assadeira, uma forma onde os camarões prontos eram despejados para serem oferecidos a todos os presentes!
Sim, nada de pratos e talheres, a noite era de petiscos, incluindo o pão e o salsichão. Para alegria do camarão, os seus comparsas de cardápio, em que pese estarem deliciosos, não tiraram a fama dele! Foi de se fartar! E a gente comia, e se servia de novo, e quando alguém pensava que tinha acabado, lá vinha o Paulo com mais uma carga deliciosa!
Fica aquela sensação idêntica à da Lentilha, no reveillon. Uma coisa tão boa, tão saborosa, que a gente só come no fim do ano. Pois o camarão também parece ser assim. Em casa a gente prefere o Bobó, o Camarão ao molho, esquecendo de fazer esse na sua forma talvez mais autêntica! Na chapa! Aí é só a pessoa estar na praia que se bota a assar os tais avermelhados. Vá entender a psicologia humana!
Rogo a que nos dediquemos a ampliar o uso de tal iguaria! A chapa, qualquer um tem. O fogo? Gaúcho já nasce sabendo fazer. O camarão? Bom, aí talvez alguém tenha que enfrentar a BR-101 e ir a Garopaba buscar a preciosidade! Ou então , não. Basta buscar no Supermercado mais próximo e se fartar!
Fácil de fazer, fácil de comer, nutre e pouco engorda. Quer mais que isso? Só lá em Garopaba!
Silvano – pelo jeito, ainda com saudades

A REDUÇÃO CIRÚRGICA DE ESTÔMAGO....
......deu o que falar, hein? Após o relato impressionante do nosso Hamilton, surgiram várias opiniões e depoimentos. Muito legal a troca de idéias!

FRASE DO LEITOR (Flávio Rogério – do litoral norte gaúcho – matou a pau!)
"Calorias são pequenos animais que vivem nos guarda-roupas e que, durante a noite, apertam as roupas das pessoas".

DANIEL BOONE JUDEU?
Nosso leitor James, de Porto Alegre, sempre atento, envia correção quanto à minha teoria afirmando que o Daniel Boone do seriado seria JUDEU, pois era um Daniel, casado com uma Rebeca e pai de um Israel. Diante disso, manda-nos ele o esclarecimento:
Silvano, eu também assistia Daniel Boone, mas creio que eles não eram judeus, e sim uma daquelas religiões evangélicas primitivas, calvinistas, puritanos, degredados da Inglaterra para as 13 colônias da América por motivos de rixas, perseguições religiosas dos séculos 17-18. Portanto, os nomes seriam bíblicos, como são agora os filhos da Assembléia de Deus, Universal e etc. Nunca me esqueço, recém saído da residência e uma mãe, de saia e cabelão, traz os cinco filhos para consultar, o Maico, o Ezequiel, Jeziel, o Ariel e o Daniel (acho que os nomes eram esses, de profetas), e eu não me contive, e perguntei se o Maico era filho de antes da conversão, e era. Por isso, acho que Daniel, Rebeca e Israel sejam nomes dessas religiões que se instalaram nos EUA, desde a chegada do Mayflower... afinal, lá queimaram bruxas..., será que entre os Amish, eu encontraria uma Kelly McGuillis? Abraços, James.

15/02/2007

2 comentários:

Anônimo disse...

Hj decidí parar com tudo para me atualizar no blogger COISA DE GORDO. Está fantástico ! muito bonito mesmo ... além da gula que sempre dá, o bom gosto está imperando, com chamadas criativas e não desprezando o histórico de tantas colunas maravilhosas. Parabéns,

Anônimo disse...

Ôpa, o anônimo sou eu : Rosalva.