22 março 2007

Coisa de Gordo - 316

316 – Churrasco Maravilha
Tem aquela sabedoria popular que diz que de onde menos se espera daí mesmo é que não vem nada. Pois às vezes a vida dá lições. Era um terno jantar familiar, gente de aniversário, churrasco em família. A noite chuvosa convidava a aproximação com o carvão, a mesa repleta de familiares, tudo estava muito legal. Meu cunhado, morador da casa, conhecedor de todos os truques daquela churrasqueira, preparou tudo, arrumou os carvões, poucas lenhas, avisou que a churrasqueira estava se desmanchando, a parede da frente estava com furos por onde o calor escaparia, havia um pouco de umidade. Mas ele por certo contornaria tudo isso, posto que é quem assa carne sempre ali.
Até que o telefone tocou! E ele teve que sair, nos deixando a pilotar a função toda. Ficamos ali meio órfãos, eu e meu guri, vendo o fogo se espalhar, medindo os buracos da churrasqueira, pensando que tudo ficaria uma droga. Mas não havia tempo para lamentações! Os convidados já se achegavam, a noite transcorria o show devia continuar!
No caminho eu fora o encarregado de comprar a carne e tratei de vir com o trio infalível, uma combinação de carnes que tem agradado a diversos paladares. Trouxe Picanha, Vazio e Maminha. E é óbvio que os acessórios também vieram, o Salsichão, a Lingüiça do Bola Média e os Pãezinhos. Trouxe ainda uns pedações de chuleta, que não disseram a que vieram, mas por total culpa deste assador que aqui escreve. Mas falava que o trio inicial tem arrancado aplausos por aí e, sabedor disso, tranqüilizei meu coração, ciente que estava daquelas três possibilidades. Picanha, Maminha e Vazio.
Começamos os trabalhos. Vira espeto daqui, acomoda carvão por ali, as labaredas parece que iam escapar pelos buracos daquela churrasqueira decana. Alguns convidados olhavam aquilo meio incrédulos, será que vai dar certo?
Começamos a lasquear o Vazio e arrisco dizer que desde aquele primeiro pedaço, a primeira vez que as papilas sentiram o sabor da carne assada, percebi que a coisa ia dar certo. Os deuses do churrasco estavam do nosso lado. Fomos cortando pedaços de Lingüiça, alguns pãezinhos com alho, pedacinhos de salsichão, as pessoas pareciam estar gostando. Quando provaram do Vazio, chegaram a ficar eufóricas. E a churrasqueira velha ali, fumaceando, dando trabalho, mas enfim cumprindo o seu dever!
O Guri estava lépido, ajudou a servir o churrasco na medida, levava as travessas cheias e voltava com elas precocemente vazias. De fato, as pessoas estavam gostando. Ou então estavam com muita fome.
Orientados a se sentarem, os convivas finalmente iam poder dar o veredicto sobre a função toda. A carne ia ser servida nos pratos, afinal.
À medida que fomos baixando os espetos, o que se viu naquela noite, úmida e sentida (mal citando Castro Alves), foi um verdadeiro desfile de gostosuras. As carnes estavam suculentas, estavam no ponto, estavam de salivar. E vinha um pedaço e outro e ainda mais outro, e a gente não sabia de qual se servir, estava tudo de fato muito gostoso!
Passado o stress, meu cunhado apareceu, e ainda pôde degustar o que fizéramos, eu e o Guri, na churrasqueira dele. Um verdadeiro show de churrasco. As fotos ali no início dão idéia do que estou falando.
Não estou aqui me vangloriando, nem me achando grande assador, coisa que sei não ser. Estou apenas relatando que naquela noite, os anjos desceram do céu, seguraram a velha churrasqueira de pé, amaciaram a carne, deixaram ela no ponto e com tudo isso conseguiram nos fazer felizes.
Que noite! Que zebra! Que churrasco maravilha!
Silvano - intoxicado


PALAVRAS DAS LEITORAS
Eu também concordo (com as opiniões sobre o Galvão Bueno). Eu prefiro mãos o Kleber Coelho. Um dia o Galvão sai... não vai trabalhar para sempre, não é? Fernanda – comentando a Imagem da Semana de 20/07/2006.

Ai, ai, ai...passei as mesmas tentações de gordo em Livramento... Tomei tanto Pomelo em Rivera que até hoje sinto falta do doce-amargo desse ví­cio. Pena que não havia mais espaço nas malas para as garrafinhas de maravilha pois já estavam abarrotadas de alfajores e torrones. Coisa de gorda... Alessandra – comentando o CG – 269 de abril do ano passado.

22/03/2007

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