12 abril 2007

Coisa de Gordo - 319


319 – A Igreja vai me matar
Assim não dá, assim de fato já é demais! Não há dieta que agüente, não há plano de vida que se sustente, a continuar com esse calendário católico vigendo, a Igreja vai de fato me matar!
Claro que estou brincando com meus amigos padres e freiras.
Já levantei em textos anteriores esta tese de que a Igreja inventou estas datas festivas e o povo (sempre o povo) acabou desvirtuando tudo. Pois bem. Inventaram a Páscoa! Seria uma data de reflexão, de recolhimento, até mesmo de jejum. No que transformamos a Páscoa?
Excessos, comilança e beberrança, que começam ali pela quinta-feira santa e vão se espraiando pelos dias da semana que se segue.
Era sexta-feira santa, dia que os católicos (não é o meu caso) lembram de todo o sofrimento de Jesus na cruz. Dia de tristeza, de dor, de recolhimento. Levantamos acampamento e rumamos a Tramandaí, litoral norte gaúcho, a capital das praias. Fomos à casa de nossos compadres, amigos, irmãos de caminhada, Paulo e Rosana. Sabíamos que lá se comeria e beberia à vontade, eles reuniram um bom número de amigos e estavam a postos para bem nos receber.
Ambiente alegre, casa aconchegante, estar entre amigos é sempre bom. E então pudemos constatar o enorme banquete que ali se desenrolava.
Eram panelas no fogo, postas de peixes sobre brasas, o forno ligado para o bacalhau, delícias, delícias e mais delícias.
Tinha uma PAELLA, aquele prato multifacetado em que vão sendo acrescentados camarões, lulas, cebola, temperos variados...para no final entrar o arroz e dar a “liga” final. Por si só, já teria valido a pena.
Tinha uma TAINHA ASSADA na brasa. Colocada na grelha, descansou suavemente sobre o calor da churrasqueira, adquirindo uma cor apetitosa e um sabor inigualável.
Tinha um BACALHAU A GOMES DE SÁ, que me fez ir à mesa uma, duas, três vezes, chegando ao ponto de quase ter que ser arrancado dali pelos familiares. Loucura, loucura, loucura....
Tinha um PIRÃO temperado, daqueles que a gente só come em datas especiais.
Tinha um BOBÓ DE CAMARÃO de tom amarelado, suculento, daqueles de comer ajoelhado agradecendo aos céus.
Tinha um PEIXE ENSOPADO na mais pura tradição espanhola, ascendência do dono da casa.
Tinha uma MAIONESE DE SIRI, de comer até morrer.
Nem falarei das sobremesas, sob risco de babar aqui no teclado.
Enfim, a Igreja vai acabar me matando, sim senhor (a)! É muita festa, muita data, muita comilança. Mal nos recuperamos dessa maratona e nos afundamos em Ovos de Páscoa. Não há dieta que resista. Não há IMC que se equilibre. Não agüento este calendário católico. Deixa ver...qual a próxima...ih, lá vem as Festas Juninas. Tô ralado. Nos vemos na banquinha de Quentão e Rapadura.
Silvano – vítima da inquisição


12/04/2007

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