17 abril 2007

Um livro - A COROA, A CRUZ E A ESPADA


O Peninha (Eduardo Bueno) virou celebridade ao abrir o baú da história e começar a relatar a História do Brasil. Lembro vivamente os tempos de colégio. Os professores de História se viam apertados na hora de nos fazer estudar História do Brasil. A História Geral era muito mais interessante! Adorávamos estudar o mundo em geral e meio que deplorávamos estudar nossa própria história. Pois o Peninha conseguiu dar uma guinada nisso, mudando o nosso interesse pela coisa local. Este seu último livro é por demais interessante. Elucidativo. Explica muita coisa que temos ainda hoje. Nas páginas impressas a gente lê a chegada dos portugueses ao nosso litoral para tomar conta do território que eles tinham “descoberto” alguns anos antes. Intrigas nos bastidores, corrupção, guerra de vaidades, traições políticas e sacanagens a céu aberto, tudo isso se nos mostra nessa obra literária. Com uma linguagem leve, alegre, ilustrada eventualmente, o autor faz valer a pena a aquisição. No meu caso, como foi presente, foi um presentaço!
Só por curiosidade, uma historinha. Você pensa que a corrupção foi criada pelos Malufs e Zés Dirceus da vida, pensa que foi o PT quem inventou a roubalheira no governo? Pois saiba que se enganou. O ano era 1548 e o Rei de Portugal, D. João III, nomeou como maior autoridade legal no Brasil, aquele que seria uma espécie de Juiz do Supremo, uma autoridade com plenos poderes, um indivíduo chamado PERO BORGES. Mas ele não tinha ficha limpa. Lá em Portugal, era acusado de desvio nas verbas de construção de um aqueduto. Uma comissão parlamentar (lembrou da CPI?) apurou que Pero Borges recebia indevidamente quantias de dinheiro que lhe eram levadas à casa (lembrou das malas de dólares e da cueca?), provenientes das obras do aqueduto. As investigações concluíram que ele desviou o equivalente a um ano de seu salário como corregedor. O julgamento do cara foi postergado por uma série de recursos e demandas (lembrou do Lalau?), mas enfim ele foi condenado a repor os valores e se afastar da coisa pública por 3 anos. Pois apenas um ano e sete meses depois da sentença, o rei português o nomeou para um cargo aqui no Brasil equivalente ao Ministro da Justiça da atualidade. Achou pouco? Pois o rei ainda concedeu à mulher dele uma pensão anual de 40.000 reais (lembrou da Dona Marisa e do Lulinha?).
Pois é, caro(a) amigo(a), lá no nascedouro da nação a corrupção já rolava solta e faceira. Puseram para “cuidar do galinheiro” a rainha das raposas. E depois queriam que o país desse certo....
Não perca o livro! Vá buscar logo o seu na livraria.
Silvano - implicante

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