05 julho 2007

Coisa de Gordo - 331


331 - A Maldição da Fatia Doce
Não se assuste com este título pomposo, a coisa é mais simples do que você imagina. Remova neste momento o tédio e a lassidão e ative a sua imaginação. Imagine-se sentado numa mesa de Pizzaria onde você e seus amigos foram comer rodízio. Você sabe que vai degustar todos aqueles sabores deliciosos, aqueles outros sabores inéditos e outras coisas mais. Há uma ordem natural no servir das pizzas, é óbvio. Os caras começam com as salgadas para, depois, adentrarem na área das doces.
Sempre que vou a um lugar assim, paira sobre minha mesa a “maldição da fatia doce”. Começo a comer as fatias de pizza, os garçons tentando dar aquele “abafa” logo no início, e sinto ao redor da mesa a presença da maldição. As fatias vindo, os minutos transcorrendo, e fica no ar aquela possibilidade. Até que soa o gongo.
Em geral uma criança ou uma mulher é quem dá a senha, o start, o começo da coisa. A gente está atracado naquela deliciosa porção de pizza alho e óleo e um garçom passa com uma bandeja de pizzas doces. Coisas do tipo Chocolate Branco, ou Charge. Aí a referida criança ou mulher balbucia: - “Acho que vou pedir uma fatia de pizza doce.”
Ao escutar esta frase eu tremo nas bases. Ela prenuncia a chegada da Maldição da Fatia Doce. Aí eu converso com a pessoa, amiga ou familiar, tentando dissuadi-la da mudança. Calma – eu argumento – espera mais um pouquinho. Não passa tão rápido para as doces, veja bem...
Via de regra a pessoa faz desdém de meus apelos, diz que nada de diferente vai acontecer, alega que cada pessoa é livre para escolher o sabor que quer e outras coisas mais. O garçom passa com uma pizza Chocolate com morango e a maldição desce sobre a mesa: - Me dá uma fatia desta.
No que o garçom acomoda a fatia de pizza doce no prato do “traidor”, uma névoa de energia negra envolve a mesa. A partir daí os outros garçons que estavam trazendo as salgadas pensam que você, o “traidor” e todo o resto da mesa já passaram para as pizzas doces. E param de trazer as deliciosas fatias salgadas.
Passam na mesa ao lado trazendo gostosuras como a Calabresa, a Portuguesa, a Mafiosa, a Quatro Queijos, a Bacon, a Camarão. Você suspira,acena, chama a atenção deles, mas que nada. A indiferença é o que eles lhe reservam. Já os garçons das pizzas doces, eufóricos, começam a entupir a sua mesa com fatias adocicadas. Para eles isso significa que vocês já estão pensando em ir embora, eles dão de novo aquele “abafa” para ver se vocês param de comer, pagam e vão logo embora.
E você chama, se remexe na cadeira, resfolega. Acalme-se, amigo(a), não é culpa do garçom, nem do pizzaiolo, nem sua. É ela que se instalou. Aquela verdadeira nuvem negra envolveu sua mesa e para comer uma fatia de Palmito com catupiri você vai ter que se levantar e falar com o gerente.
Sim, eis a Maldição da Fatia Doce. Você bem que tentou avisar, mas agora é tarde demais.
Escolha suas companhias, mentalize, treine sua equipe, parta para o ataque. E por favor, não caia na armadilha dela, a poderosa, a cruel, a sórdida Maldição da Fatia Doce.
Silvano – descompensando


ENQUANTO ISSO EM BRASÍLIA...(sobre o Roriz)
...mais um corrupto renuncia para não ser cassado, voltando na próxima eleição pelos braços do povo. É como diz o Flavinho, meu cunhado sociólogo, essa gente reflete o povo desta nação. De fato, Flavinho, um povo corrupto espera ansiosamente a próxima eleição para eleger os Roriz, Zé Dirceu, Maluf, Sessim e todo o resto da catrefa.Senhor....tende piedade de nós.


SE O RENAN CALHEIROS.....
...não engana ninguém com a procedência da renda dele, por que o Imposto de Renda, a toda poderosa Receita Federal nunca o pegou na malha fina? Por que eles só perseguem a Classe Média? Por que, meu Deus, por quê? Senhor...Senhor....escutai a nossa prece.


DESPEDIDA DO ZÉ ROBERTO
Recebo texto por e-mail, de suposta autoria do jogador Zé Roberto, que reside na Alemanha. Não sei se de fato o texto é dele, mas é arrasador. De tão real e bom. Lá vai:
"Inicialmente gostaria de expressar minha gratidão ao Brasil. Foi com prazer que por muito tempo defendi a camisa canarinho e me orgulhei de ser brasileiro. Infelizmente este país não faz mais parte de mim. Por muitos anos vivi com minha família na Alemanha e me identifiquei completamente com o país. A despeito de certos intolerantes e racistas, que são minoria, minha família se integrou totalmente ao modo de vida alemão. Minhas filhas mal falam português e são totalmente fluentes em alemão. Para voltar ao Brasil, isto pesou muito. Queria que elas se sentissem, como me sentia, brasileiro. Queria que conhecessem o meu país, que falassem a minha língua nativa, queria mostrar o lado bom do Brasil, um pouco diferente daquilo que volta e meia aparece nos noticiários de TV alemão. A tentativa foi em vão. Muito embora tenhamos ficado em uma cidade muito acima da média do padrão de vida brasileiro, os males que a assolam me parecem regra, não exceção na vida brasileira. Não nos era permitido andar sem seguranças; minhas filhas não podiam em hipótese alguma passear ou brincar na rua; ir à praia, que fica a menos de 100m de nosso apartamento, também era contra a recomendação do que nos passavam os seguranças companheiros de clube. Todo o tempo que estivemos no Brasil, ainda que livres fisicamente, éramos reféns psicológicos. Mesmo sendo um ídolo local, o risco parecia nos acompanhar a cada esquina virada, a cada momento em que passeávamos. A sombra do seqüestro ocorrido dois anos atrás com outro ídolo local, Robinho, nos perseguia por todos os lados. Assistir o noticiário televisivo alimentava ainda mais nossos medos. Por sorte, minhas filhas não entendem muito bem português. Se entendessem, descobririam um país em que o crime está por todos os lados: está nas escolas, está nas faculdades, está no JUDICIÁRIO, está no CONGRESSO / SENADO e está até mesmo na família do PRESIDENTE . Imagino o choque cultural para elas, criadas em um país com padrões morais tão rígidos. Me ponho no lugar delas, penso como deve ter sido desagradável esta estadia no Brasil. O que pensavam quando dizíamos que elas não podiam andar livremente nas ruas? O que pensavam quando dizia que era melhor não dizer às amigas que eram minhas filhas? Como entendiam que não brincar na rua, não passear em parques e que sempre andar com aqueles homens que não conheciam era o melhor para elas? Minhas filhas devem ter detestado o Brasil. Foi com muita alegria que receberam a notícia de que voltaríamos à Alemanha. Além da segurança, há a questão da discriminação. Embora etnicamente muito diferente da população local, minhas filhas sempre foram respeitadas e nunca vistas com menosprezo. Aqui no Brasil, onde todas as raças se misturaram e não dá para saber quem é o que, sofríamos com um tipo de discriminação inimaginável para elas: Éramos vistos como anormais por nossa religiosidade. Por aqui imaginam que negros sofram de racismo na Alemanha, mas praticam uma intolerância inexplicável por sermos evangélicos. Ou, como é dito pejorativamente por aqui, somos "CRENTES", palavra carregada de maus juízos. Dentro do futebol, jogadores como eu, que se organizam em grupos chamados de "Atletas de Cristo", são vistos com ressalvas, especialmente pela mídia que acompanha o esporte. Por todos estes motivos, levo minha família de volta à Europa. Pelo meu sucesso e também pelas nossas escolhas, o Brasil se tornou um suplício para aqueles a quem mais amo. Batalhei a vida inteira para sair da pobreza e ter sucesso profissional. Acima de tudo isto, sempre busquei construir uma família feliz e correta. Hoje, a felicidade de minha família tem como pré-requisito afastá-las do Brasil. Por isto que, ainda que com tristeza, faço o melhor para elas. Aos meus fãs, muito obrigado. Ao Brasil, boa sorte." ZÉ ROBERTO

DEPOIS DESSA.....
vamos embora para o Uruguai. Senhor, Senhor, tende, Senhor, tende piedade de nós....

05/07/2007

0 comentários: