25 outubro 2007

Coisa de Gordo - 347


347 – NÃO EXISTE SOLUÇÃO MÁGICA
Este é o título de uma matéria que saiu publicada na Revista VEJA (24 de outubro de 2007, edição 2031) e que comenta o resultado em longo prazo das CIRURGIAS DE REDUÇÃO DE ESTÕMAGO. Já adentramos este assunto algumas vezes aqui neste espaço. Alguém haverá de lembrar que inclusive contamos com a atenciosa participação de nosso amigo HAMILTON, que deu seu depoimento acerca dessa cirurgia a que ele se submeteu.
O que a VEJA traz de novo? Pela primeira vez os caras se debruçaram sobre o resultado dessas cirurgias, agora que se passaram dez anos e mais de 80.000 cirurgias. E aí se chega ao título da matéria. De fato não existe solução mágica.
Já nas entrevistas com nosso amigo Hamilton, ele me alertava que antes de tudo o que contava era o emocional da pessoa, a sua disposição para algo tão radical, a sua iniciativa de mudar hábitos e passar e ser uma pessoa diferente. Naquela época, recordo que ele freqüentou um grupo que realiza tais procedimentos, grupo este composto por cirurgiões, clínicos, cardiologistas, nutricionistas, psicólogos, entre outros. E já naquela ocasião, Hamilton contou que quem dava o OK para a cirurgia, quem dizia SIM ou NÃO, não era o cirurgião, nem o cardiologista. Era o psicólogo.
Isso já demonstrava a importância que aquele grupo dava ao lado afetivo da pessoa, suas emoções, seus condicionamentos. Pois parece que nem todos os pacientes que se operaram conseguiram virar esta página.
Segundo dados do Hospital de Clínicas de São Paulo, cerca de 30% dos operados volta a ter excesso de peso e (pasmem!) 5 a 10% dos pacientes voltaram a ser obesos mórbidos! Isso é impressionante! Jamais se esperaria isso de uma técnica tão rude para a anatomia corporal. Pois é o que tem acontecido!
Na matéria jornalística os especialistas comentam que é difícil quebrar essa resistência do gordo em emagrecer, que “há mecanismos metabólicos, psicológicos e sociais que são muito resistentes”. Indo além eles comentam que “apesar da insistência dos médicos em acompanharem tais pacientes, passados dois anos, metade deles abandona o consultório”.
Esses dados todos jogam um pouco de água fria em nossas expectativas, fazendo com que nos defrontemos com aquelas coisas tão inevitáveis como importantes: - mudança de hábitos, mudança de vida, mudança de postura, mudanças...enfim. A cirurgia bariátrica (termo que os especialistas usam) surgiu como uma tábua de salvação, e de fato ainda a percebo assim. Mas agora ficamos sabendo que alguns “náufragos” escorregaram dessa tábua e voltaram a “afundar”.
Há que se tirar o tênis do armário, ajustar (alargar?) o short de caminhada, deixar de lado um pouco as delícias e guloseimas da vida, dedicar-se mais às alfaces e rabanetes. Que dureza! Que coisa!
Pois é. Não existe solução mágica!
Silvano – introspectivo...até a hora do lanche


QUER DAR UMA OLHADINHA NAS MATÉRIAS ANTERIORES SOBRE ISSO?
No site antigo você pode acessar: http://coisadegordo.vilabol.uol.com.br/Cronicas/CG261.html
Aqui no BLOG você pode ler o CG – 310, em http://coisa-de-gordo.blogspot.com/2007/02/coisa-de-gordo-310.html , lembrando de ler também os comentários dos leitores ACIMA da coluna. No blog funciona assim. O que é escrito depois vai empurrando para baixo o que saiu antes.

25/10/2007

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