16 janeiro 2008

Coisa de Gordo - 359


A Última Esperança da Terra
Vasculhando as lembranças de meu passado sombrio, descendo pelas escarpas tétricas de minha memórias mais recônditas, adentrando os arquivos mofados e pesados de minha existência pretérita, deparei-me com um filme que me marcou os primeiros anos de adolescência. O nome original em inglês era “The Omega Man” (1971), o que não soaria familiar a quem quer que fosse. Mas se eu falar em A ÚLTIMA ESPERANÇA DA TERRA, aí vários de minha geração vão se lembrar. Clássico, clássico, clássico! Filmaço! Estrelado pelo magnífico Charlton Heston (o mesmo de Ben-Hur e Os Dez Mandamentos).
Tudo começa a partir de um livro de Richard Matheson chamado I AM A LEGEND, de 1954, onde o autor apresentava esta história apocalíptica.
A primeira versão para o cinema (li na Zero Hora) foi em 1964 com o filme The Last Man on Earth, onde o ator era o Vincent Price.
A versão mais recente é esta de 2007 que está entrando em cartaz nos cinemas agora, com o Will Smith. Claro que teremos que conferir.
Mas hoje quero falar da versão que embalava minha infância-adolescência. Trata-se desta de 1971, e que passava na Globo com este título: A ÚLTIMA ESPERANÇA DA TERRA. A história se passava numa Los Angeles devastada, onde apenas um cientista tinha sobrevivido a um vírus letal, por aplicar em si mesmo a vacina salvadora. Resultado disso, apenas o cara tinha ficado vivo e perambulava pelas ruas da metrópole sem ter o que fazer, sem ter com quem conversar.
As tomadas externas foram o grande tchan da época, cenas nas quais o ator era filmado sozinho nas avenidas e viadutos da grande cidade. A sensação de solidão era enorme, o medo, as ruas desertas e tudo o mais.
Para não ficar só nisso, de noite o herói era atacado por umas criaturas que tinham ficado a meio caminho de vida e da morte, um bando de zumbis que, ao amanhecer, era morto pela ação do sol. E por isso se escondiam durante o dia.
Todos os filmes e histórias que vieram depois beberam desta fonte! Veja que o tema era novo para a época e esta temática de um vírus, uma epidemia letal, nunca houvera sido citada em filmes.
Essa coisa de filmar nas ruas desertas que todo mundo vem copiando até hoje também foi iniciada ali. Que dizer dos zumbis? Na atualidade, até nos filmes da Sessão da Tarde a gente vê zumbis e outras carnificinas. Esta história lançou esta tendência!
Quem leu o livro do Marcelo Rubens Paiva, BLECAUTE, haverá de lembrar que a trama é exatamente esta. O cara estava no fundo de uma caverna no Rio de Janeiro e, ao sair, descobre que o resto do mundo morreu. O Rubens Paiva é da nossa geração, também estava bebendo da mesma fonte.
Lembro até hoje algumas citações de uma coisa na qual ainda não se falava e que se chama consumismo. Tais cenas faziam a alegria do público. Numa delas o cara vinha andando num carrão e então a gasolina acabava. Você pensa que ele ia abastecer? Nada disso. Ele abandonava o carro, entrava numa concessionária, pegava um carro novo e saía rodando pelas ruas. E a gente se deliciava, imaginando em como seria se pudéssemos fazer igual a ele em nosso dia-a-dia.
Noutro momento tem a tomada dos manequins numa loja. Li na VEJA que na refilmagem do Will Smith os caras refizeram esta cena também. O protagonista andava por uma loja, em meio a manequins, sendo assustado pelas feições deles a cada passo que dava.
Não será tão impossível ver este filme. Nos dias de hoje, creio que a SKY e as locadoras vão correr atrás desta versão original aproveitando o remake nos cinemas. Não vi ainda o do cinema (até porque, está entrando em cartaz justamente agora, por esses dias), mas recomendo como IMPERDÍVEL o filme original de 1971. Até porque, sempre é bom conhecer.... “A Última Esperança da Terra”.
Silvano – nostálgico
Confira o trailer logo abaixo.
17/01/2008

1 comentários:

Anônimo disse...

É um filmaço sim, Salviano. E a versão do Will Smith entra no circuito na sexta-feira, dia 18.
No sábado já vou conferir!!!
Um abração!!