25 janeiro 2008

Coisa de Gordo - 360


360 – Livros e mais livros
Já me declarei aqui neste espaço como um adorador de livros, volto ao tema neste fim de janeiro. Ler, ler, sempre ler, eis meu modus operandi. Leio livros, leio revistas, anúncios entregues nas esquinas, leio receita de bolo em rótulo de Maisena. No ambiente do banheiro, leio rótulos de shampoo, de pasta de dente e advertências de perigo na embalagem do Pinho Sol.
Já li até explicações do fabricante de papel higiênico acerca de porque o papel dele era perfumado, uma vez que as partes do corpo humano atingidas pelo mesmo não possuíam células olfativas. Era para perfumar o banheiro, Silvano. Ah, bom, aí entendi.
Volto no tempo e recordo que, como qualquer guri do meu tempo, lia bastante Quadrinhos Disney. E aí lembro de um divisor de águas. A Abril começou a lançar edições dos MANUAIS da Disney, sendo o primeiro deles o do Tio Patinhas. Na embalagem, vinha a famosa “moeda nº 1”, a que sempre dava sorte ao velho pato. Não consegui ler este manual quando foi lançado. Perdi a chance. Inclusive nunca tive a moeda (o que explicaria algumas coisas, como o Olívio Dutra e o Lula na minha vida).
Quando lançaram o segundo manual, o da MAGA & MIN, meu Pai presenteou-me com aquela edição. Eis onde quero chegar. Os manuais não possuem quadrinhos, eles vêm na verdade com textos. Sim, com muita figura e ilustração, claro, mas o material escrito é só texto. Intuído por este detalhe, o Pai apostou nisso e fez o que fez. Devorei o tal manual, não importando que ele tratasse apenas de magias, feitiços e vassouras. Ali, caro(a) leitor(a), foi dada a largada. Comecei a ler.
Vieram outros manuais, o do MICKEY(sobre detetives, polícias e crimes), o do ZÉ CARIOCA(sobre futebol), o do PENINHA (sobre imprensa e jornalismo), o da VOVÓ DONALDA (cheio de receitas culinárias), o do GASTÃO(sobre sorte, loterias e previsões), um chamado MAGIRAMA (com o Donald ensinando mágicas), um chamado AUTORAMA (com o Pateta falando tudo de carros) e dois manuais do ESCOTEIRO MIRIM (com dicas sobre escotismo, fazer fogo na mata sem fósforo, etc).
Singelos, é fato, mas foram esses pequenos livros que me abriram as “portas da felicidade”, no quesito saber. A partir daí então fui olhar ao redor e ler o Pequeno Príncipe, passando por Polyana Menina e chegando ao 1984 do George Orwel (estou simplificando a caminhada). Aliás, sobre a Polyana, sempre implicava com as pessoas dizendo que depois do primeiro (Polyana Menina) e do segundo (Polyana Moça), os caras deviam ter continuado e publicado um chamado Polyana Mulher – a Devassa. Coisa de adolescente. De quarenta anos.
De lá para cá tenho lido o máximo que posso e já cheguei àquele ponto descrito pelo Veríssimo que um dia se deu conta de que não conseguiria mais ler tudo o que ele queria. Já cheguei aí também. Não vai dar tempo de ler tudo, morrerei antes. Ciente disso, eventualmente faço uma pré-seleção, declinando de certos livros que julgo dispensáveis. Mas o resto....leio de tudo.
Não durmo sem ler algo, o que me faz ter na mesa de cabeceira um monte de livros e revistas. Nos livros sou infiel, não permaneço lendo só um. Levo juntos uns três ou quatro. Mas tem uma coisa. A exemplo de um árabe e suas quatro esposas, sempre tenho um eleito entre os três ou quatro que é o que mais me prende a atenção, mais me seduz, mais me emociona. Este em geral eu carrego para dias na praia, para plantões médicos (naquela hora rara da folga) e acabo falando dele aqui no BLOG. Não que os outros não sejam bons (o mesmo diria o árabe de suas outras esposas), mas um sempre se sobressai.
No assunto manejo do livro, estou em transição. Via de regra, sempre fui respeitador das páginas do livro. Quase nunca marcava, assinalava, sublinhava nada. Preservava o texto, o papel, o visual da obra enfim. Mas após me aprofundar nas obras espíritas aprendi a rabiscar livros. E tenho gostado. Claro que há livros que merecem a marca de um lápis, outros nem tanto. Escrever nas páginas de um livro nos torna mais íntimos dele. Passamos do alpendre e adentramos a sala de estar do próprio livro. Gostei!! – rabiscamos. Mostrar para ela! – colocamos como um lembrete. E assim parece que nos tornamos cúmplices do autor.
Enfim, se quer me ver satisfeito, coloque-me dentro da uma livraria, ou de uma biblioteca, ou de um SEBO, que são esses verdadeiros santuários onde jazem livros e mais livros. Esta foto ali no alto retrata um deles, na Rua Riachuelo, Porto Alegre. Dá uma olhadinha e vê se não vontade de passar a tarde ali.
Eu passava.
Silvano – o impossível



AS FARC
Fico intrigado com o silêncio obsequioso da imprensa a respeito de uma figura ilustre gaúcha nesta história toda das FARC, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Pelo jeito a grande imprensa esqueceu uma coisa que minha cabeça grande e teimosa não esquece. O bigodudo governador OLÍVIO DUTRA, o famoso velho galo missioneiro. Em seu tempo no Palácio Piratini, ele recebeu com honras de Chefe de Estado um desses narco-terroristas das FARC. Recebeu, serviu cafezinho, abraçou, tirou foto e tudo o mais. Me pergunto: - Será que não dá um constrangimento agora? Não dá uma pontinha de remorso? Um pouquinho de vergonha na cara?
Leio estarrecido os relatos das torturas às pessoas seqüestradas, o fato de que eles vivem acorrentados pelo pescoço como cães, o relato desta mulher que foi submetida a uma cesariana no meio do mato, feita com uma faca de cozinha! Barbárie, barbárie, horror!
Pois ninguém vai lá entrevistar o Olívio para saber disso. Perguntar a ele o que ele acha desta nova técnica cirúrgica. Pois é....



DIREITOS HUMANOS
O que me remete direto ao Jair Krichke e seus direitos humanos. Preocupado que ele anda com os efeitos da Operação Condor, onde pereceram em solo brasileiro um ou dois italianos comunistas, ele nada fala sobre a ação criminosa e cruel das FARC. É que, conforme já afirmei em texto anterior, só tem direito aos Direitos Humanos quem for bandido ou comunista. O resto da população que se exploda. Como os bandidos das FARC são as duas coisas, eles podem ser protegidos pelos Direitos Humanos. Já os seus reféns, coitados, são massa de manobra na tomada de poder que o comunismo (na cabeça doente deles) vai fazer com o mundo. Coleira e faca de cozinha não incomodam ao Jair Krichke, portanto!


25/01/2008

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