10 abril 2008

Coisa de Gordo - 371


371 – HIPOCRISIA MUNDIAL
Tenho acompanhado pela imprensa esta confusão toda em torno dos Jogos Olímpicos na China, a briga com o Tibet e as confusões advindas disso. Os “chinas” devem estar se maldizendo: - Quem foi que deu esta idéia de fazer Olimpíada aqui, com todos os diabos?
O fato é que o conflito China x Tibet é antigo, estava esquecido da mídia e agora, em função dos jogos a coisa veio à baila de novo. Resultado disso, a famosa viagem da Tocha Olímpica mundo afora deixou de ser um momento de congraçamento entre os povos, para se transformar em dor de cabeça para os anfitriões da tocha. E para os chineses, é claro.
Do quase nada que entendo de História, percebo que ao longo dos tempos sempre foi assim. Impérios surgindo, crescendo, e engolindo territórios menores. A China é o verdadeiro bicho-papão da atualidade. O país mais populoso, o maior mercado consumidor, cuidado com eles, portanto. Ao quererem anexar o território do Tibet ao seu vasto império, os chineses apenas repetem o que sempre se fez. Ou já esquecemos do Napoleão Bonaparte?
Que fique claro neste ponto do texto, sou a favor da libertação do Tibet. Apenas fico intrigado com o silêncio da mídia em relação a atos imperialistas similares. Senão vejamos.
Você lembra do Havaí? Sim, aquele estado americano situado no meio do Oceano Pacífico. Vou até a Wikipédia onde leio o seguinte: O Havaí é um dos 50 Estados dos Estados Unidos da América. O Havaí localiza-se em um arquipélago no meio do Oceano Pacífico, podendo ser considerado o Estado americano mais isolado em relação ao resto do país. Sua capital e maior cidade, Honolulu, localiza-se a mais de 3,1 mil quilômetros de qualquer outro Estado americano. O arquipélago havaiano era povoado por polinésios, sendo que a região era governada por vários chefes polinésios locais, até 1810, quando Kamehameha I centralizou o governo do arquipélago, e instituiu uma monarquia. O Havaí é o único Estado americano cujos nativos utilizaram-se da monarquia como forma de governo. Em 1894, o arquipélago tornou-se uma república, e quatro anos depois, em 1898, foi invadido militarmente e anexado pelo império dos Estados Unidos, tornando-se um território norte-americano em 1900.
É disso que quero falar. Assim como os chineses, os americanos quiseram se espalhar, adentraram o oceano em três mil quilômetros e foram lá se apossar do Havaí. Está escrito. O território era habitado por polinésios, tinha seu Rei, sua história, seu povo, seu território. Aí vieram os americanos e comeram tudo. Por que, então, nas olimpíadas de Los Angeles não houve queixa disso? Por que o mundo não protestou contra os americanos? No Oceano Pacífico pode e na Ásia não pode? Eis aí a hipocrisia de todos nós.
Você lembra das Malvinas? Sim, aquele pequeno fim de mundo situado ali, na costa da Argentina. O que houve? Os ingleses foram lá e engoliram igualmente. Voltemos à Wikipédia: No século XVIII, em 1764, Louis Antoine de Bougainville fundou uma base naval em Port Louis (Malvinas Oriental). O francês chamou-a de Îles Malouines. Ignorando a presença francesa na ilha, em 1765, John Byron (Britânico) estabeleceu uma base em Egmont (Malvina Ocidental). Em 1766 a França vendeu sua base para a Espanha, que declara guerra à presença inglesa nas ilhas, mas a disputa se acalmou no ano seguinte, decidindo-se que a parte oriental seria controlada pela Espanha e a parte ocidental pelos britânicos.
A ilha permaneceu praticamente instável até o século XIX. A Argentina montou uma colônia penal nas ilhas em 1820, e em 1829 nomeou Luis Vernet governador da ilha para colonizá-la. O Reino Unido invadiu as ilhas em 1833, mas a Argentina manteve sua reivindicação. Essas tensões levaram a uma invasão argentina em 1982. O conflito ficou conhecido como a Guerra das Malvinas. Mais tarde as ilhas foram retomadas pelos britânicos.
Viu só? Também os britânicos deram das suas. Oprimiram, usurparam, invadiram, ignoraram direitos humanos. Jamais esquecerei da Dama de Ferro, a Margareth Tatcher (essa beldade aí da foto), primeira-ministra britânica, que no fim da guerra contra a Argentina sobrevoou as Malvinas num Caça britânico, para deleite de seu orgulho, de sua beligerância, de sua crueldade pessoal. E aí? Ninguém vai fazer protesto pela libertação das Malvinas?
Repito: - sou a favor da libertação do Tibet. Apenas me incomoda esta hipocrisia mundial. Se os outros podem, por que os chinas também não podem? Não consigo entender.
Silvano – só assim gordo fala de Olimpíada


10/04/2008

1 comentários:

Anônimo disse...

Fiz uma postagem há pouco mas acho que não entrou. Bem Sr. Silvano, o seu texto é prá lá de esclarecedor. Permita-me, com grande humildade, responder à pergunta final: "porque o mundo está cheio da soberba americana que, na minha opinião, será trocada muito em breve (e por quem?)... e tudo o que é novo leva um tempo para o bom entendimento. É claro que tb sou a favor da libertação do Tibet!!! Rosalva