23 outubro 2008

Coisa de Gordo - 399


399 – HOSPITAL ?
Essa coisa de que Hospital deve ter aspecto de, digamos assim, hospital, parece estar mudando. Dia desses nos vimos às voltas com uma internação, uma familiar teve que recolocar o ombro no lugar e foi levada ao Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Não entrarei aqui no mérito da especialização médica, na excelência da prática médica ali realizada. O propósito não é este.
Trago ao seus olhos a maravilha do ambiente naquele nosocômio. No primeiro dia da visita fomos até o quarto e após cumprimentar a paciente dei uma olhada pela janela. Impressionante!
Para quem tem a sorte de ficar ali internado, metade da cura vem daquela vista. O Moinhos é situado no alto de um morro. Da janela a gente via o Rio Guaíba (lago?), uma das paisagens mais belas do mundo. De quando em quando, um avião aterrissava e sua aproximação rumo ao aeroporto Salgado Filho podia ser testemunhada ali, daquela janela.
O indivíduo ali internado pode entregar-se ao deleite dessa paisagem, nutrindo-se da paz que isso proporciona. As ruas da capital gaúcha, o rio, os carros se movendo, os aviões chegando, tudo isso compõe um cenário indescritível de serenidade.
Mas o Hospital não fica apenas nisso. Os quartos têm TV com alguns bons canais da NET, O ambiente é claro, iluminado. No piso de entrada há um das mais deliciosas cafeterias de Porto Alegre, cafeteria e restaurante. No almoço eles servem um bufê imponente, com pratos levemente requintados.
Os acompanhantes podem se socorrer desse agradável ambiente para buscar lanches, guloseimas, refeições. Não bastasse isso tudo, a gente se serve e come de frente para um bosque, um conjunto de árvores frondosas que acompanham o declínio do terreno. Dá a impressão de que se está comendo num passeio campestre. Mais relaxante, impossível.
Tempos atrás a gente penava para conseguir estacionar ali, os caras então construíram um prédio de sete andares só para se estacionar.
E imagino que tem ainda o sinal de internet livre para os hóspedes.
Bom, em meio a isso tudo é mais difícil prestar atenção em gazes e curativos. Sim, a dor dói no doente, mas pelo menos ele tem um consolo ambiental muito bom.
Volto no tempo e lembro de anos atrás quando fomos visitar uma amiga, desta feita em outro hospital, o Divina Prividência. Em que pese seja construído num subúrbio, o “Divina” está erigido ao lado de uma montanha com floresta, o que faz com que de qualquer quarto dele e pessoa fique de frente para uma bela paisagem verde. E envolta por um canto ensurdecedor de pássaros. Outro exemplo do que estou falando.
Não se deseja hospital a ninguém. Mas na iminência disso acontecer, que bom que tais coisas estejam sendo oferecidas a nós mortais. Soro e penicilina são bons. Mas pôr-do-sol e gaivotas ajudam a que os efeitos sejam melhores.
Silvano – o impossível


23/10/2008

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