21 janeiro 2009

Leitor Comenta Filme


O Dia Em Que a Terra Parou (DQTP)
Há uma semana entrou em cartaz nacionalmente a refilmagem (remake) de um preto e branco homônimo, de 1951, dirigido por Robert Wise. Assisti este, junto com meu pai, entre os anos 60-70, e depois outras tantas. Até um VHS eu tenho gravado lá na casa da minha mãe, do lado da minha coleção de vinis. Ainda hoje, nas madrugadas, procuro no controle remoto, uma reprise.
Não vou dizer o que alguns entendidos dizem em relação a 2001, sobre divisor de águas ou a ficção científica antes e depois (o que eu discordo, falando de 2001 ).
DQTP inaugura um dos ramos da ficção científica, aquele que relaciona a Terra e os humanos com seres alienígenas iguais ou superiores com a perspectiva de um futuro melhor para a humanidade. Bebem dessa vertente: Contatos Imediatos do 3º. Grau, o Contato com Jodie Foster e toda a série Jornada Nas Estrelas e seus apêndices, entre outros. Lembro inclusive que Robert Wise, multi-oscarizado, com Noviça Rebelde, West Side Story, dirigiu o primeiro Star Trek para o cinema.
Os outros ramos da Ficção Científica, a saber, são os dos alienígenas belicosos e monstruosos, tais como a Guerra dos Mundos e seu remake, Aliens e Predadores, Tropas Estelares, etc.;
Tem o ramo do futuro apocalíptico com os seus Mad Max, WaterWorld, Planeta dos Macacos e etc; há aquele ramo dos sem vínculo nenhum com a Terra, em uma galáxia longínqua, como Star Wars, Duna.
E tem o ramo tecnológico, em que o enredo se baseia em aspectos científicos, aí entra a onipresente viagem no tempo, a invisibilidade, seres robóticos, criação de vida. Este ramo pode ser associado aos outros ou isolado, como no clássico Frankenstein, Eu o Robô, A Mosca, etc., etc..
Mas o DQTP original é maravilhoso, e a versão com o Keanu é bem boa para uma refilmagem, vide o recente fracasso, minha opinião, de a Guerra dos Mundos, da parceria Spielberg-Cruise. A atualização do tema, destruição da Terra pelo esgotamento versus a Guerra Fria e o holocausto nuclear é interessante; a permanente paranóia americana, antes, o comunismo e os espiões, agora, os terroristas, bem como a idéia de poder dominar e controlar tudo. As novidades boas são a adaptação do alienígena à condição humana e a muito bem bolada, e pelo que me lembro, inédita, capacidade de um ser vivo se conectar aos meios de transmissão de energia-comunicação. De mais fraco, o alienígena ser convencido apenas pela mocinha, Jennifer Conolly e seu enteado, Jaden Smith, filho do Will, enquanto no original, Klaatu, o “ET”, passava uma temporada no meio dos humanos, conhecendo as coisas mais comezinhas da humanidade.
Também a pequena participação de Jonh Cleese, como o cientista, enquanto Sam Jaffe (Gunga Dim, Ben-Hur) tem uma presença decisiva e marcante no clássico. Embora o primeiro tenha um certo aspecto místico, no segundo, esta nuance é fraquinha, com referências a dilúvio e arca, e a explícita “praga” destruidora.
Gostei do filme, Keanu está bem, lembrando Schwarzenegger em o Exterminador 2 e 1. Mas se puder, veja O Dia em Que a Terra Parou de 1951 se você gosta de cinema e o de 2008, que não irá se arrepender.
JAMES – de Porto Alegre

0 comentários: