10 junho 2009

Coisa de Gordo - 432


432 – Strogonoff Campeiro
Tem uns amigos nossos que são do ramo da alimentação comercial. O Romel e a Cristine. Aqui na cidade de Santo Antônio eles são os donos do EMPÓRIO DA PRAÇA, um aconchegante bistrô na cidade alta. Servem coisas as mais deliciosas, o ambiente é dos mais acolhedores. Mas não é isso que me traz aqui hoje. Falarei de uma nuance mais pessoal.
Fomos convidados para os aniversários deles, festejados conjuntamente numa mesma noite e lá nos fomos certos de bons momentos. Poderia falar do calor da festa, do ambiente descontraído, da boa companhia, da boa conversa, do fogo na lareira. Mas declinarei dessas coisas todas para falar de um achado que lá se deu. A Cristine, que é Nutricionista, preparou um prato que nos impressionou. O Strogonoff Campeiro.
Fui me servir na mesa do bufê e vi que era um strogonoff, mas fiquei inseguro quanto aos ingredientes. Vi que havia porções de carne, mas havia algo mais. Ao comer o prato percebi a jóia que me houvera sido servida.
Amigo(a), havia ali charque e pinhão mesclados com arte e maestria, numa composição de sabores que talvez eu nunca tivesse experimentado. Uma delícia, uma perdição. Enfim, deixo espaço para a receita do prato que a Cristine gentilmente me cedeu hoje de manha. Estive lá no Empório da Praça e pedi a ela a receita. Aproveite.
INGREDIENTES:
- 1Kg de charque de boa qualidade. Nem pense em usar esses “jerked beef” que se compra em Supermercados. Ela usou um charque cortado a mão e vendido pelo próprio açougueiro que fez o charque.
- 2 colheres de sopa de amigo de milho (Maisena).
- 2 cebolas médias picadas.
- 4 dentes de alho picados.
- 2 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem.
- 2 potes de nata.
- 1 Kg de pinhões cozidos descascados e picados em rodelas. Atente para o seguinte. O peso de um quilo deve ser obtido após o mesmo ter sido cozido e descascado. Na hora de botar na panela para cozinhar, portanto, coloque algo em torno de um quilo e meio.
MODO DE FAZER:
Coloque o charque de molho durante vinte e quatro horas, trocando a água por pelo menos quatro vezes. Escorra bem a água e pique o charque em tiras ou cubos. Em uma panela de ferro coloque o azeite de oliva e refogue o charque. Essa água que vai destilar do charque deve ser recolhida e reservada. Quando estiver bem seco, deixe fritar e acrescente a cebola e o alho. Refogue bem. Traga de volta para a panela aquela água que foi reservada e acrescente o pinhão. Chegou a hora de entrar a Maisena. Dissolva a Maisena num pouquinho de água e despeje na panela. Espere o molho engrossar. A seguir, acrescente a Nata. Prove o tempero. Se preciso for, acrescente um pouco de sal, pois talvez no processo de dessalgar o charque você tenha deixado o negócio insosso. Pronto. Está feito o acepipe.
Aproveite o feriado e mande ver nas panelas. Corpus Cristi? Não. Corpus Charque!
Silvano – o herege

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