352 – ME DIZ O QUE É QUE EU FAÇO...
Por motivos meramente oftalmológicos, estive em consulta com médico que, após me atender, prescreveu-me um certo repouso ocular. Sim, teria que dar uma folga a um de meus olhos, no intento de permitir sua pronta recuperação. A gente não imagina a falta que faz um olho.
Ao detalhar meus poucos dias de cegueira unilateral, foi-me orientado um plano de cuidados que inclui, entre outras coisas, o seguinte: - não poderia LER ; não poderia assistir TV; não poderia sentar diante da tela do COMPUTADOR;
Você se dá conta da extensão das proibições? Consegue aperceber-se do tamanho de minhas limitações? É capaz de dimensionar o tamanho de tantas maldições?
Lembrando do trecho daquela brega música que diz “..me diz o que é que eu faço?..”, quase que entrei em desespero. Perceba minha tortura. Antes que você venha insinuar que dá para fazer sexo, puxa vida, devolvo-lhe a piada lembrando que para tanto não é preciso ter olhos abertos. Isso não fica afetado, portanto.
Proibido de acessar o computador! Proibido de ler. Proibido de ver TV. Os caras querem me matar.
O computador – queira você ou não, é o nosso mais imediato acesso ao mundo. Mundo das notícias, das letras, das poesias da Florbela Espanca, dos e-mails, das notícias, do contato com as pessoas e com as instituições. Como fazer agora? E o saldo no banco? E a conta para pagar on-line? E a programação cultural? E aquela apresentação em Power-point que tem que ser retocada? E o texto em Word? E as fotos no Photoshop? Pânico, pânico, pânico.
A TV – de novo você pode dizer que é dispensável. Mas e o Jornal Nacional? E o Em Cima da Hora do canal 40? E as séries de TV? O Seinfeld (que voltou, graças a Deus), o Desperate Housewifes, o E.R. , entre tantas outras. Como perder isso? E os filmes dos Tele-cines, justo nesta semana que estreou o VOLVER (do Almodóvar) no 61? Desespero, desespero, desespero.
A Leitura – bom, eis o meu ponto fraco. Tenho que ler. É quase como que respirar! Tenho que ler jornais, textos, meus livros de cabeceira, as revistas semanais, os Informativos do Centro Espírita, as notícias da política, do esporte, do mundo, do meio policial. Como ficar sem ler?
Mas não interessa, sou um paciente até que obediente. Estou seguindo, portanto as orientações. Mas acabei criando um subterfúgio, uma saída de emergência. Perceba que foi UM olho o tratado. O outro esteve sempre livre para ver o que quisesse (ah, se ele pudesse). O que fiz?
Lembrando as feições de um pirata, tratei de providenciar um tapa-olho, o que me fez ficar esses últimos dias com metade de minha visão. Só a do lado direito. Mas esse meu olho direito é um verdadeiro herói. Digno de uma medalha. Ele me permitiu fazer as coisas, mesmo que à meia boca, mas o suficiente para sobreviver. Este texto, inclusive, está sendo digitado só com um olho. A imagem ali no início do texto? Não, não sou eu. Mas é assim que estou.
A esquerda, para variar, sempre dando problemas e sendo salva pela direita. Desculpa a brincadeirinha. Não resisti.
Enfim, oremos ao senhor. Minhas horas de tortura se esvaem agora rapidamente, em breve volto a usar ambos os olhos. Ao mesmo tempo.
Preparem-se os impressos e as imagens. Volto com “sede”.
Silvano – além de impossível, zarolho
DICA DE FILME DE LEITOR (3ª vez para o mesmo filme)
Pelo jeito o negócio é de fato bom. Tá todo mundo vendo e recomendando. Desta vez é nosso leitor FLÁVIO ROGÉRIO – litoral norte gaúcho – que manda dica sobre esse filme. Diz ele:
Olá Silvano! Aproveitando o sábado chuvoso, fui assistir "Piaf - Um hino ao amor". É IMPERDÍVEL!!! O filme, um dos melhores do ano, conta a trajetória do ícone da canção francesa, Edit Piaf, interpretada pela atriz Marion Cotillard, de atuação emocionante e arrasadora. Abandonada pela mãe, a cantora foi criada pela avó, dona de um bordel na Normandia. Dos 3 aos 7 anos de idade fica cega, mas acaba recuperando a visão. Mais tarde vive com o pai, contorcionista de circo e alcoólatra, a quem abandona aos 15 anos para cantar nas ruas de Paris. Anos mais tarde é descoberta por Louis Leplée, dono de boate, interpretado por Gérad Depardieu (um dos poucos nomes conhecidos no elenco), e neste mesmo ano grava seu primeiro disco. A vida sofrida é coroada com o sucesso internacional. Tivesse sido produzido no círculo "hollywoodiano", com certeza arrebataria algum Oscar. Apesar de mostrar a vida da cantora recheada de momentos trágicos, o diretor e roteirista Olivier Dahan não faz dele um filme piegas e sim emocionante, um verdadeiro tributo à música de Piaf. Ouvir as interpretações de "La vie en rose", "Je Ne Regrette Rien" e, principalmente, "L’Hymne à l’Amour", esta cantada na última apresentação da artista no Olympia, vale o ingresso do cinema e até mesmo um sacrifício de se deslocar até Porto Alegre para assistir o filme, que dura 140min, mas que de tão bom não se nota o tempo passar. Atualmente ele está em cartaz apenas no Guion Center 2 (Lima e Silva) e no Arcoíris Boulevard 2 (Shopping Boulevard Strip Center, na Assis Brasil). Indico este último, pois além de possuir melhores acomodações, tem estacionamento gratuito. Um abraço. Flávio Rogério.
A ESPOSA DO RENAN CALHEIROS
Tenho pena desta mulher. Primeiro que ela casou com esta coisa chamada Renan Calheiros. Agora, a coitada está às voltas com esses escândalos de amante, filha fora de casa, fotos da amante na Playboy e tudo o mais. Quando a gente imaginava que ela já tinha sido açoitada pela vida, levado todos os bofetões do destino, eis que surge do meio da poeira sórdida o LIVRO da Mônica Veloso, trazendo detalhes das coisas dos amantes. A internet já anda espalhando trechos de mais este livro, com aquelas intimidades de casal. Não , nada de pornografia, na verdade é muito pior. As pequenas gentilezas, os códigos secretos dos amantes, os telefonemas em meio às madrugadas, o bebê na barriga, as declarações recíprocas de amor. Sim, melhor que fosse pornografia. Estas coisinhas todas, estes pequenos detalhes, são muito mais devastadores. E a essas todas, a esposa continua ali, firme. Pobre mulher. Reze por ela!
29/11/2007
Por motivos meramente oftalmológicos, estive em consulta com médico que, após me atender, prescreveu-me um certo repouso ocular. Sim, teria que dar uma folga a um de meus olhos, no intento de permitir sua pronta recuperação. A gente não imagina a falta que faz um olho.
Ao detalhar meus poucos dias de cegueira unilateral, foi-me orientado um plano de cuidados que inclui, entre outras coisas, o seguinte: - não poderia LER ; não poderia assistir TV; não poderia sentar diante da tela do COMPUTADOR;
Você se dá conta da extensão das proibições? Consegue aperceber-se do tamanho de minhas limitações? É capaz de dimensionar o tamanho de tantas maldições?
Lembrando do trecho daquela brega música que diz “..me diz o que é que eu faço?..”, quase que entrei em desespero. Perceba minha tortura. Antes que você venha insinuar que dá para fazer sexo, puxa vida, devolvo-lhe a piada lembrando que para tanto não é preciso ter olhos abertos. Isso não fica afetado, portanto.
Proibido de acessar o computador! Proibido de ler. Proibido de ver TV. Os caras querem me matar.
O computador – queira você ou não, é o nosso mais imediato acesso ao mundo. Mundo das notícias, das letras, das poesias da Florbela Espanca, dos e-mails, das notícias, do contato com as pessoas e com as instituições. Como fazer agora? E o saldo no banco? E a conta para pagar on-line? E a programação cultural? E aquela apresentação em Power-point que tem que ser retocada? E o texto em Word? E as fotos no Photoshop? Pânico, pânico, pânico.
A TV – de novo você pode dizer que é dispensável. Mas e o Jornal Nacional? E o Em Cima da Hora do canal 40? E as séries de TV? O Seinfeld (que voltou, graças a Deus), o Desperate Housewifes, o E.R. , entre tantas outras. Como perder isso? E os filmes dos Tele-cines, justo nesta semana que estreou o VOLVER (do Almodóvar) no 61? Desespero, desespero, desespero.
A Leitura – bom, eis o meu ponto fraco. Tenho que ler. É quase como que respirar! Tenho que ler jornais, textos, meus livros de cabeceira, as revistas semanais, os Informativos do Centro Espírita, as notícias da política, do esporte, do mundo, do meio policial. Como ficar sem ler?
Mas não interessa, sou um paciente até que obediente. Estou seguindo, portanto as orientações. Mas acabei criando um subterfúgio, uma saída de emergência. Perceba que foi UM olho o tratado. O outro esteve sempre livre para ver o que quisesse (ah, se ele pudesse). O que fiz?
Lembrando as feições de um pirata, tratei de providenciar um tapa-olho, o que me fez ficar esses últimos dias com metade de minha visão. Só a do lado direito. Mas esse meu olho direito é um verdadeiro herói. Digno de uma medalha. Ele me permitiu fazer as coisas, mesmo que à meia boca, mas o suficiente para sobreviver. Este texto, inclusive, está sendo digitado só com um olho. A imagem ali no início do texto? Não, não sou eu. Mas é assim que estou.
A esquerda, para variar, sempre dando problemas e sendo salva pela direita. Desculpa a brincadeirinha. Não resisti.
Enfim, oremos ao senhor. Minhas horas de tortura se esvaem agora rapidamente, em breve volto a usar ambos os olhos. Ao mesmo tempo.
Preparem-se os impressos e as imagens. Volto com “sede”.
Silvano – além de impossível, zarolho
DICA DE FILME DE LEITOR (3ª vez para o mesmo filme)
Pelo jeito o negócio é de fato bom. Tá todo mundo vendo e recomendando. Desta vez é nosso leitor FLÁVIO ROGÉRIO – litoral norte gaúcho – que manda dica sobre esse filme. Diz ele:
Olá Silvano! Aproveitando o sábado chuvoso, fui assistir "Piaf - Um hino ao amor". É IMPERDÍVEL!!! O filme, um dos melhores do ano, conta a trajetória do ícone da canção francesa, Edit Piaf, interpretada pela atriz Marion Cotillard, de atuação emocionante e arrasadora. Abandonada pela mãe, a cantora foi criada pela avó, dona de um bordel na Normandia. Dos 3 aos 7 anos de idade fica cega, mas acaba recuperando a visão. Mais tarde vive com o pai, contorcionista de circo e alcoólatra, a quem abandona aos 15 anos para cantar nas ruas de Paris. Anos mais tarde é descoberta por Louis Leplée, dono de boate, interpretado por Gérad Depardieu (um dos poucos nomes conhecidos no elenco), e neste mesmo ano grava seu primeiro disco. A vida sofrida é coroada com o sucesso internacional. Tivesse sido produzido no círculo "hollywoodiano", com certeza arrebataria algum Oscar. Apesar de mostrar a vida da cantora recheada de momentos trágicos, o diretor e roteirista Olivier Dahan não faz dele um filme piegas e sim emocionante, um verdadeiro tributo à música de Piaf. Ouvir as interpretações de "La vie en rose", "Je Ne Regrette Rien" e, principalmente, "L’Hymne à l’Amour", esta cantada na última apresentação da artista no Olympia, vale o ingresso do cinema e até mesmo um sacrifício de se deslocar até Porto Alegre para assistir o filme, que dura 140min, mas que de tão bom não se nota o tempo passar. Atualmente ele está em cartaz apenas no Guion Center 2 (Lima e Silva) e no Arcoíris Boulevard 2 (Shopping Boulevard Strip Center, na Assis Brasil). Indico este último, pois além de possuir melhores acomodações, tem estacionamento gratuito. Um abraço. Flávio Rogério.
A ESPOSA DO RENAN CALHEIROS
Tenho pena desta mulher. Primeiro que ela casou com esta coisa chamada Renan Calheiros. Agora, a coitada está às voltas com esses escândalos de amante, filha fora de casa, fotos da amante na Playboy e tudo o mais. Quando a gente imaginava que ela já tinha sido açoitada pela vida, levado todos os bofetões do destino, eis que surge do meio da poeira sórdida o LIVRO da Mônica Veloso, trazendo detalhes das coisas dos amantes. A internet já anda espalhando trechos de mais este livro, com aquelas intimidades de casal. Não , nada de pornografia, na verdade é muito pior. As pequenas gentilezas, os códigos secretos dos amantes, os telefonemas em meio às madrugadas, o bebê na barriga, as declarações recíprocas de amor. Sim, melhor que fosse pornografia. Estas coisinhas todas, estes pequenos detalhes, são muito mais devastadores. E a essas todas, a esposa continua ali, firme. Pobre mulher. Reze por ela!
29/11/2007