29 maio 2008

Coisa de Gordo - 378


378 – COMENDO NO PÉ
Tem certas coisas que eu não sei dizer, esta é a frase do Lulu Santos naquela sua conhecida música. Pois é. Neste esfriar de estação, época de cítricos, laranjas, bergamotas e seus congêneres, recebemos carinhoso convite de amigos para que fôssemos ao Sítio deles num sábado de outono. A intenção era explícita, as árvores frutíferas estão a mil e eles queriam nos ofertar laranjas e outras coisas amareladas.
Devidamente munido de sacolas de plástico vazias, nos embarafustamos em direção ao interior do município. O local é dos mais agradáveis, bela casa de dois andares, algumas casas acessórias ao redor. Em meio a este cenário a Patrícia e o Rique nos acolheram com sua hospitalidade e sua atenção. A paisagem de beira de estrada, ao cair da tarde, é digna de fotos impressionantes.
Fotos que não pude fazer, por sinal. Logo abaixo explico.
Sem muitos rodeios, até porque chegamos no fim da tarde, fomos prontamente ao pomar no intento de encher as sacolas. Era uma verdadeira gincana. As árvores frondosas esbanjando produtividade, as laranjas caindo ao solo naturalmente. Começamos a colher as frutas direto do pé, e aí dava aquela euforia infantil. Pega daqui, pega dali, puxa um galho, olha aquela outra árvore, e agora...onde pego a próxima laranja? Dava uma dúvida diante de tanta oferta.
E enchemos uma sacola, e outra, e mais outra. Laranja de suco, laranja do céu, laranja de umbigo. Bergamota pequena, bergamota poncã. A variedade era imensa. As crianças deles correndo ao redor, nossa guria junto, davam o clima festivo do momento.
Num certo momento, passada a euforia inicial, as sacolas já abarrotadas, paramos em meio ao arvoredo para dar lugar a uma fantasia de muitos de nós. Comer a fruta ao pé da árvore.
Ali, naquela beira de estrada, com o sol se pondo lento no horizonte, degustamos bergamotas poncã as mais deliciosas, suculentas, doces de arder! E por estarmos ali, em meio ao pomar, os cuidados habitualmente presentes faziam-se desnecessários, ou seja, as cascas iam sendo largadas ali mesmo, as sementes também, enfim, era só comer e partir para a próxima fruta.
São essas coisas que ficam perdidas no tempo, perdidas no imaginário de toda uma população. Cena de filme! Quando se vai ao Supermercado e se pega uma fruta, a gente até pode imaginar de onde ela veio, o longo caminho percorrido, o transporte e tudo o mais. Mas dificilmente se vai além disso, da imaginação. No nosso caso, ali, na casa dos amigos, a cena era real, era forte, era contundente.
Não se está falando apenas de comer e degustar, havia algo maior no ar. Havia o carinho das pessoas que nos receberam, a amizade. Havia a paisagem impressionante. Havia as frutas coloridas e tão variadas. Havia os sabores marcantes, as cores fortes.
Enfim, foi uma pequena viagem ao paraíso. Perceba que não é algo tão inacessível. Há hotéis-fazenda, estações agrícolas e outras coisas mais que oferecem esta possibilidade. No nosso caso, o convite de amigos propiciou o acontecimento.
Se puder, se entregue a tal deleite. Você vai adorar!
O que sei é que desde então temos tomado Suco de Laranja natural, feito na hora, com um sabor inigualável! No café da manhã, no almoço e na janta. O comércio local deve estar estranhando o baixo consumo de Coca-light.
Silvano – o impossível


POR QUE NÃO FIZ FOTOGRAFIAS
A gente vive num mundo de adversidades. Tenho como um dos lemas de minha vida esta frase da Jane Tutikian que coloquei ali ao lado: “NÃO, NINGUÉM TE DISSE QUE SERIA FÁCIL!!..” Dia desses, chegávamos de viagem, as malas sendo descarregadas do carro, toca o telefone e era uma pessoa pedindo atendimento médico a uma criança. Sim, perceba, em cidades pequenas isso ainda é plausível. As coisas por vezes acontecem assim. Parei tudo que fazia, o corpo cansado da viagem, as malas por desfazer. A criança chegou e o atendimento foi procedido. Tratava-se de uma crise de ASMA, o menino estava com uma certa falta de ar. Preocupado com isso, pedi licença à mãe da criança e adentrei a área íntima da casa para, nos remédios que dou aos meus filhos, buscar uma medicação de alívio ao pobre asmático ali presente. Pois bem, amigo(a), nestes segundos em que me ausentei da sala, neste curto espaço de tempo em que saí para socorrer a saúde de uma criança, A MULHER FURTOU MINHA CÂMERA FOTOGRÁFICA DIGITAL! Isso mesmo, a mãe do paciente que eu tentava ajudar! Não me dei conta na hora, apenas fui perceber o ocorrido horas (dias) depois. E quanto mais penso nisso mais chocado fico! Estavam ali presentes a LADRA, seu filho de cerca de oito anos e uma outra filha de uns treze anos! Que exemplo de vida esta pessoa deu a estas duas crianças! Que coisa mais devastadora! Uma mãe que, adentrando o lar de um médico, aproveita-se de um descuido para FURTAR um objeto...... isso tem efeitos assustadores na vida dessas duas crianças. Dois futuros ladrões! Que pena! Na parte legal, não vejo como fazer coisa alguma. Seria a minha palavra contra a dela. A palavra do “hipersuficiente” (EU), contra a palavra da “hiposuficiente” (ELA). Sem fazer fotos, portanto, eis o meu estado atual.


ALÉM DA JANE, LEMBREI DO POETA RUSSO MAIAKOVSKI:
Não estamos alegres,
É certo,
Mas também por que razão
Haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
É agitado.


ESTA HISTÓRIA DOS VEREADORES..
...é de ofender a população. Os caras (sim, aqueles pilantras do Congresso Nacional) aprovaram na surdina, o aumento do número de vereadores país afora. Vergonha, vergonha, vergonha! Bando de canalhas, usurpadores dos bens da população. E não me venham dizer que o projeto prevê a redução dos gastos com as Câmaras. Nós sabemos que assim que os novos entrarem, os mesmos caras vão aumentar a grana! Bando de vendilhões! Quer ver o absurdo disso? Aqui, na minha pequena cidade, houve tempo em que eram TREZE vereadores. Para um universo de quase 40.000 habitantes. Veio a reforma e reduziram para NOVE! Está mais do que bom. Tenho para mim que uns seis ou sete dariam conta do recado. Pois agora o número vai voltar a treze! Absurdo, absurdo , absurdo!


ESTA HISTÓRIA DA NOVA CPMF...
...é de dar raiva e vontade de ir embora. Prô Paraguai! A bancada governista, a turma do Presidente LULA, aquele do mensalão, do José Dirceu, do Silvinho, se organiza e volta à carga tentando sugar ainda mais o sangue da população! Querem aprovar MAIS IMPOSTOS! Bando de ladrões! Já bradei isso aqui ao tempo em que a Governadora Yeda Arrogante Crusius tentou aumentar impostos: - CHEGA, CHEGA, CHEGA! Para aumentar minha irritação, leio no jornal que o ex-governador Germano Rigotto é contra aumento de impostos. Mas que cara de pau! Logo ele que aumentou impostos durante o seu governo e suspendeu o aumento no último dia do seu governo! Bando! Bando! Bando!


29/05/2008

21 maio 2008

Coisa de Gordo - 377


377 - PERGUNTA CAPCIOSA
Esta coisa de ATENDER pessoas, este dia-a-dia que preenche a vida de médicos, psicólogos, fisioterapeutas e tantas classes profissionais mais, tem lá os seus mistérios. E as suas armadilhas.
Ficar do lado de lá de uma mesa, levantar o rosto e dizer: - O que há com você? – é a senha para que se escutem coisas as mais loucas possíveis. Inusitadas. Inacreditáveis. Estupendas. Arrasadoras.
Não, não se anime, não pretendo aqui contar segredos que já ouvi. De uma forma mais segura, volto no tempo e falarei de uma vez, eu ainda jovem, quando sentei do lado de lá da mesa e fui consultar. Ainda não era médico. Recém houvera passado no vestibular. A conversa fluindo, as informações postas, eis que o médico de então larga a caneta e me olha fixamente. Sim, naquele tempo os prontuários eram à caneta, guardados em envelopes pardos, que ficavam naqueles arquivos pesadões. Por detrás de seus óculos ele respirou fundo e me disse: - Tem alguma coisa que eu não perguntei mas que tu queiras me dizer?
Passados vinte longos segundos, intrigado que fiquei, respondi negativamente: - Não, não...nada que me ocorra agora.
Pela vida afora, sempre carreguei esta pergunta comigo. Vez que outra, já do outro lado da mesa, arrisquei-me a fazê-la a pacientes. Mas a impressão que tive, independente do lado da mesa em que estivesse, é que esta era a senha, a chave que abriria um portal para abismos de individualidades. Ora, que coisa mais vaga, mais ampla, mais profunda, tudo ao mesmo tempo!
Volta e meia me peguei imaginando que tipo de resposta eu poderia ter dado. O que em nada interessaria a você, leitor (a). Uma vida sem graça como a minha em nada o interessaria. Mas imaginei também o que certas pessoas fictícias responderiam, em consultórios, diante de tal pergunta. E então, tem alguma coisa que não perguntei, mas que você queira falar?
CASO 1: RAPAZ COM CARA DE REBELDE, CHEIO DE PULSEIRAS E CAVEIRAS: - Ahn...o quê? Coisa que eu queira falar? Bom...O negócio é o seguinte. Tô de saco cheio dessa minha mãe! Ela fica me levando a médicos, psicólogos, terapeutas alternativos, sempre inventando que eu estou cheio de problemas! Cara, tô enlouquecendo!!! A veia tá descompensada! Desde que meu irmão largou a mulher, o emprego, a casa, o carro e os cachorros e se mudou para uma pousada em Ubatuba para viver feliz com o dentista dele, nunca mais ela se ajeitou! Fica me levando a consultas com motivos absurdos, inventa dores que não tenho, coisas que não fiz. Já disse a ela: - Mãe, eu sou homem e vou ficar em casa ainda muito tempo. Tira esse grilo todo da cabeça!...... (silêncio na sala de consultas...a mãe com os olhos esbugalhados se levanta e vai em direção à porta...o médico..atordoado.....permanece congelado).
CASO 2: MULHER LOIRA, QUARENTA ANOS, MUITO MAQUIADA: - Você quer saber se eu tenho alguma coisa para falar? ALGUMA COISA (ela grita)? Cara, eu tenho o mundo todo para falar. E não é porque este banana do meu marido está aqui que vou perder esta chance. Esse cara não me enxerga, não me quer mais, faz tempo que vive comigo num enorme sacrifício. Olha o jeito dele, esse olhar disperso para a janela...é assim que ele me trata! Eu faço de tudo...TUDO....e ele nem me olha. Já fui com ele a boates de swing, a cabarés, acredita que até em boate gay ele já me levou? E tudo isso para quê? Para NADA! Ele não quer mais nada comigo e fica inventando coisas e pessoas dentro da nossa relação. Aliás, nem sei se ainda existe relação. O que sei é que me esforço, ma rasgo, me dou o tempo todo e ele NADA! NADA!!!! ...(o grito ecoa na sala de espera da Psicóloga, a secretária e os outros pacientes se entreolham encabulados).
CASO 3: HOMEM DE TRINTA E CINCO ANOS, TODO PERFUMADINHO, DE TERNO: - Alguma coisa para falar? Deixa ver...ih, olha só, acho que vou aproveitar a chance e tirar este peso de meus ombros. Sei lá, não estou conseguindo segurar mais. Olha, acontece o seguinte. Eu sei que ela me pegou na pior, me tirou do negativo no Banco, me deu casa, comida, viagens à Paris, me pagou a faculdade, me deu o carro do ano em todos esses anos. Mas cheguei ao meu limite. O Senhor olhe para ela e veja se tem cabimento um cara como eu estar casado com essa senhora de sessenta e cinco anos!! Cara, tô ficando constrangido. Ela de fato passou a ser um peso em minha vida. Sei, sei, ela logo vai começar a chorar, ela sempre me chantageia assim, olha só, olha só, já começou. Pois atingi o meu limite! Chega! Chega! Já tenho meu apartamento, meu carro, uma profissão estável, quero viver a minha vida e não a dela! Olha, foi muito bom ter vindo aqui. Quero resolver isso logo, pois tenho um curso de línguas em Londres semana que vem e já quero viajar livre disso tudo. Livre dela! ...( a senhora grisalha seca discretamente uma lágrima, abraça-se à bolsa de couro em seu colo e engole em seco....mais tarde o zelador do prédio escuta um estampido dentro do elevador, ao chegar encontra aquele homem, de terno, com um tiro na cabeça...a polícia nunca identificou o “assaltante”).
E você aí, tem alguma coisa que não lhe perguntei, mas você quer falar?
Silvano – se expondo a perigos


LEITOR COMENTA OS ALAFAJORES E BOCADITOS
Caro Silvano, aSra. Delonir é velha conhecida dos Alfajores e Bocaditos da marca Punta Balena. Eventualmente, é encontrado em Porto Alegre, sendo que uma vez tinha até no Bourbon, mas em todos esses lugares que já os achamos em Porto Alegre, nunca os conseguimos uma segunda vez. Felizmente, nossos padrinhos e amigos Rômulo e Rose vão à fronteira com freqüência e trazem para a Sra Delonir uma caixa destes regalos, e às vezes, sobra um para mim, que aprecio muito, também. Não provamos os brancos a que te referes. Já em Buenos Aires, na tradicional Havana, a griffe do alfajor em terras portenhas, tem o branco, mas não é chocolate, e sim um tipo de merengue. Eu, particularmente, gosto. Na Medialuna Café, Rua Dr Timóteo com Vinte e Quatro de Outubro, além das próprias medialunas, que adoramos, tem também um pequeno alfajor, sem cobertura de chocolate e com um coquinho ralo e ralado por cima, que é uma delícia e uma fortuna. Em Buenos Aires, este mesmo pequeno Alfajor tem em qualquer padaria, esquina ou café e por um vigésimo do que custa em Porto Alegre. Parece que a bolachinha é de maisena... Segundo a Sra Delonir, Alfajores, independente de seu formato e receita, fazem o maior sucesso!! Na mesma quadra do café Medialuna, tem a tradicional Primavera, assim como os Afajores, lá em B.Aires, tem aqueles sanduichinhos maravilhosos por todo parte... e um Alfajor de sobremesa, completa o tudo de bom! Se eu começar a falar de comida e Buenos Aires... não paro mais. Abraços, James e Delonir.


22/05/2008

DICA DE FILME: A LENDA DE BEOWULF


Não entendo muito esses diretores de cinema. O Robert Zemeckis já tinha feito um filme assim (O Expresso Polar) e agora vem de novo com esta história. Fez um filme, A LENDA DE BEOWULF, todo em animação, valendo-se do formato, da ação, dos gestos e trejeitos de atores de verdade. Me pergunto: - Para quê? Eu prefiro um filme real, onde apareçam o Anthony Hopkins, a Angelina Jolie, o John Malkovich entre outros. Pois o cara se valeu de toda esta gente e fez um filme animado. Claro que os efeitos são lindos, as tomadas estupendas, mas é tudo artificial. A história é bem tramada mas termina onde começou. O ciclo se fecha. Num vilarejo viking, o povo vive às voltas com um monstro, meio gigante, até que uma espécie de herói aparece, luta com o monstro, sucede o Rei, ganha a Rainha de brinde e a matança continua. Sei lá. Acho que há filmes melhores na locadora. Nota: 6,0.
Silvano

Ficha Técnica
Título Original: Beowulf
Gênero: Animação
Tempo de Duração: 113 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Direção: Robert Zemeckis

15 maio 2008

Coisa de Gordo - 376



376 – ALFAJORES E BOCADITOS
Você por certo sabe o que é um Alfajor. Ora, alfajores são aquelas delícias uruguaias que sempre se come quando lá se vai a passeio. Trata-se daquela bolacha, na verdade uma bolachona, recheada de doce de leite e recoberta com chocolate. Os caras fazem história fabricando estas coisinhas deliciosas.
Uma de minhas comadres, e veja que elas são muitas, é especialista neste assunto. Declara-se viciada em Alfajores. Que são o seu doce favorito. De fato os Alfajores têm um certo charme. Eles mesclam coisas fortemente doces como o chocolate e o “dulce de leche” – doce de leite – uruguaio, conseguindo quebrar o peso de tanto açúcar com a bolacha mais amena. A combinação fica deliciosa. E forte. E pesada.
Mas falava desta comadre e lembro que ela certa feita advertiu-me que a melhor marca de Alfajores é a Punta Ballena. Esta indústria (cujo nome alude a uma praia e a uma bela paisagem uruguaias) fabrica o Alfajor Negro, marca tradicional do produto ao sul da América do Sul. Negro, pois é de chocolate escuro. Há os similares feitos com chocolate branco.
Perambulando por cidades fronteiriças, o que mais se vê à venda nos free-shops e afins são caixas deste delicioso doce à venda. Quem vai a Rivera, Chuy, Rio Branco e similares sabe do que estou falando. A gente fica ali zanzando entre perfumes e vinhos, mas sempre esbarra numas caixas pretas repletas de tais doces.
Adentramos solo uruguaio, você bem o sabe, para uma rápida incursão consumista, recentemente. Por uma certa distração minha, ou mesmo por uma grosseira falta de informação, tratei de adquirir uma ou duas caixas de Alfajores do tipo Negro, sabedor de que na volta me lambuzaria os dedos ao comê-los. Fosse pelo intenso movimento de clientes nas lojas, fosse por uma crescente falta de vista que acomete as pessoas acima dos quarenta, não percebi que havia, nas caixas um diferencial crucial. Os caras lançaram um produto diferente e não me avisaram. E o pior é que a novidade, para mim, pareceu melhor que o original.

O nome do troço é BOCADITO e consiste no seguinte. Os caras mantiveram a bolacha de baixo, mantiveram o doce de leite acima dela, só que ao invés de botarem outras bolacha por cima, apenas cobriram com chocolate e deram o serviço por concluído. Amigo(a), ficou delicioso.
Sabe aquele peso do Alfajor original, aquela massa toda? Aqui ela não existe mais. O doce fica mais leve, mais atraente, menos forte, irresistível.
Ao invés de ter trazido caixas de Alfajores, deveria ter trazido, isto sim, algumas Caixas de Bocaditos.
Não falei com a comadre sobre isso, ela por certo me dará uma aula sobre ambas as iguarias, lançando sobre mim toda sua cultura, sua verve, sua sabedoria nesta área. Quando um dia, cruzar fronteira com Santa Catarina e for visitar a cidade de Jaraguá do Sul, terei que bater à porta dela para conversarmos sobre tais novidades. Óbvio é que não poderei chegar de mãos abanando. Para que as teses sejam delineadas, as teorias sejam explicadas, as repostas sejam alcançadas, teremos que nos lançar a um duelo cruel de gastronomia, provando inúmeros espécimes de ambas as modalidades, até que cheguemos a um consenso em assunto tão pertinaz. Sei não, a julgar pela experiência da comadre nesta área, tendo a ser vencido em meus propósitos. Ela vai acabar me convencendo que o Alfajor é melhor. Mas não interessa. A mim sobra a missão de tentar e cada vez mais tentar convencê-la do contrário, após a ingestão de dezenas de Bocaditos uruguaios. Pelo sim, pelo não, vou ter que começar a fazer os estoques. Dos dois.
Que dureza.
Silvano – intoxicado de dulce de leche


NÃO COSTUMO FALAR DE FUTEBOL....
...isso que sou colorado, Campeão do Mundo, Campeão Gaúcho e outras coisas mais. Mas esse jogo de ontem, Inter x Sport Recife, pela Copa do Brasil, teve um placar injusto! A julgar pelo “baile” que os caras do Sport deram no nosso time, a julgar pelo fato de que o Inter não jogou NADA no segundo tempo, a julgar pelas defesas heróicas do nosso goleiro Clemer, o placar era para ter sido uns 6 x 1. Vão jogar mal assim lá no raio que os parta!


15/05/2008

LEITOR RECOMENDA FILME


Caríssimo Doutor... Assisti hoje à tarde, por indicação da própria locadora, o filme "1408" com Samuel L. Jackson e John Cusack, entre outros. Suspense com uma seqüência muito interessante e (pode acreditar) NÃO TEM a "ruptura" que geralmente acompanha a grande maioria dos filmes "Hollywoodianos". O filme segue a mesma linha do início ao fim. Acontecem alguns fatos que quase levam o filme para o lado policial, mas em seguida retorna ao estilo do início. Gostei... Um abraço . Conrado Ramos Caletti

08 maio 2008

Coisa de Gordo - 375


1 - Alemanha: Família Melander de Bargteheide.Despesa com alimentação em 1 semana: 375.39 Euros / $500,07 dólares


375 - O QUE SE COME NUMA SEMANA
Já vi isso em alguns canais da SKY, nestes programas de dieta. Trata-se de uma estratégia para fazer a pessoa se conscientizar do quanto ela come numa semana. Por ser uma coisa em geral exagerada, aquilo tudo dá um susto no gordo candidato a emagrecer e assim começa a dieta. De fato isto funciona.
Para você ter uma idéia, faça o mesmo em relação aos seus gastos! Isso mesmo, gastos com dinheiro! Quando alguém lhe telefona oferecendo uma TV por assinatura, um plano de saúde, uma linha telefônica, calcule não o quanto você vai pagar por mês, mas coloque isso no ano todo. O vendedor lhe dirá: - A mensalidade da SKY sairá por apenas 150,00! Aí você colocará isso no ano, e dar-se-á conta de que vai pagar 1.800,00 reais por ano! Ah, você dá um berro, mas que coisa cara!
De uns tempos para cá, tenho me safado de várias armadilhas neste setor, apenas fazendo esta conta. Ora, o Imposto de Renda não leva em conta o que você ganha num mês, ele (o Leão) quer saber o que você ganhou em um ano! Pois é, aprendi com o Leão.
Colocar sobre uma mesa toda a comida de uma semana é qualquer coisa de cruel. Amigo(a), você nem imagina o quanto come! E tudo isso em apenas sete dias.
Certa feita, uma amiga nos pediu cascos vazios de refri (os famosos litrões PET) ao que nós começamos a juntar as garrafas vazias sobre um armário da cozinha! Foi assustador! Em muito pouco tempo o armário estava lotado de garrafas e ao levar a encomenda na casa dela fiquei vexado! Tudo isso? – ela se admirou. Tudo isso – reconheci. Ou seja, estávamos bebendo refri demais!
Veja você, se juntar aquele café com leite do amanhecer, já são sete xícaras. Aí vem o pãozinho com margarina e frios. Serão sete pãezinhos, sete colheres de chá de margarina e quatorze fatias de frios (queijo + mortadela). Perceba que estamos apenas nos primeiros dez minutos do que você come no dia. Prosseguindo tal cálculo pelo dia afora, e colocando este total todo numa mesa, multiplicado por sete, você vai cair da cadeira. Verá que somos muito exagerados, superlativos, abusados.
Pois os caras fizeram um comparativo do consumo semanal não apenas por pessoa, mas por toda uma família. Variam as caras das pessoas em cada país, varia o número de pessoas que comem naquela casa, varia a qualidade, a quantidade e o custo em dólar das dietas variadas.
Enfim, as imagens e os valores são bem interessantes. Este material me foi enviado pela amiga Sônia, a gloriosa esposa do Professor Zeca, aquela que faz bandejas de SUSHI por encomenda!
Deixo ao seu deleite!
Silvano – exagerado e jogado aos seus pés


08/05/2008

Estados Unidos e Itália


2 - Estados Unidos da América: Família Revis da Carolina do Norte Despesa com alimentação em 1 semana: $341,98 dolares

Ô, americanada...quanta pizza e carbohidrato! E veja que são apenas quatro bocas na mesa.






3 - Italia: Família Manzo da SecíliaDespesa com alimentação em 1 semana: 214.36 Euros / $260,11 dolares

Olha o amor dos italianos pelos pães! Que vício! E será que eles jantam diante daquela TV arredondada?

México e Polônia



4 - México: Família Casales de Cuernavaca Despesa com alimentação em 1 semana: 1,862.78 Pesos / $189,09 dólares

Olha os mexicanos aí, gente! Veja que há bastante fruta, verdura, mas veja também o braço roliço deste guri de vermelho. É, tá sobrando Coca-cola.






5 - Polônia: Família Sobczynscy de Konstancin-Jeziorna Despesa com alimentação em 1 semana: 582.48 Zlotys / $151,27 dólares

Dá-lhe, polacada! Tão comendo bem, hein? Também, é pouca gente para a mesa..

Egito e Equador



6 - Egito: Família Ahmed do Cairo Despesa com alimentação em 1 semana: 387.85 Egyptian Pounds / $68,53 dólares
Olha a cara desse bebê gorducho de verde, olhando para a ração semanal e pensando:...tá pouco!!...







7 - Equador: Família Ayme de Tingo Despesa com alimentação em 1 semana: $31,55 dólares

Veja a cara de alegre do pai da família, a dentadura do indivíduo. Perceba ainda que o número de bocas é grande, e a comida nem é tanta assim...



Butão e Chade



8 - Butão: Família Namgay da vila de Shingkhey Despesa com alimentação em 1 semana: 224.93 ngultrum / $5,03 dólares

Vejam o que é a miséria, a frugalidade, a vida dedicada a coisas menos materiais. Cara...tá dando uma fome...





9 - Chade: Família Aboubakar do campo de refugiados de BreidjingDespesa com alimentação por semana: 685 Francos / $1,23 dólares
Amigo(a), este imagem e este valor são de arrasar. Lembre que estamos falando da comida que se come numa SEMANA, não numa refieção! Que dureza.
Silvano




02 maio 2008

Coisa de Gordo - 374



374 – PARAR NA ESTRADA = PASTEL
Certo, certo, tudo na vida são questões de gosto e atitude. O que vale para um nem sempre vale para os outros. Mas nessa questão específica, a frase aí do título para mim é lei. Quando estou em viagem, sempre que paramos em algum lugar, restaurante, bar, seja lá o que for, vejo-me obrigado, coagido, intimamente forçado a comer um pastel de carne.
Sim, amigo(a), um pastel. Há pessoas que pedem pão de queijo, os que pedem rosquinhas, há os fissurados em Massa Folhada (Mil Folhas). No meu específico caso, em viagem, tem que ser pastel de carne.
Perceba que as coisas não são estanques (como diziam aqueles estudantes do PT e do PC do B, de minha juventude universitária). O fato de se comer um pastel de carne não impede que se comam outras coisas. Mas a pedida inicial sempre é o pastel de carne. Aliás, em certos botecos por este país afora, nem precisa dizer o sabor. É só dizer: - Me dá um Pastel! E ele é prontamente servido.
A sra Kátia tem lá os seus cuidados. Diz que comer fritura já é prejudicial, e que comer fritura de viagem, num lugar desconhecido, é mais prejudicial ainda. Pode ser. Mas é delicioso.
Munido desta característica, ando por aí, quilômetros e mais quilômetros, sempre desbravando o sabor dos pastéis. Não importa muito o local visitado.
Lembro de uma propaganda da Teem, aquele refri sabor de limão da Pepsi, onde o cara dizia para provocar a sede até não agüentar mais. Aí aparecia o cara chegando num bar de faroeste, todo empoeirado, e para piorar pedia um saco de batatas fritas. Ato contínuo ele emborcava uma garrafa de Teem bem gelada. Pois bem.
Cada vez que paro o carro nas viagens, ao descer e me aproximar do balcão, lembro do cara da Teem. Só que, ao contrário dele, eu chego com a voz rouca, bato no balcão e digo: - Me dá......um pastel.
E então me dedico a provar.
Tenho comido cada pastel! Cada sabor! Cada viagem!


Quer ter uma idéia? Estávamos a caminho da fronteira Brasil- Uruguai, saíramos da cidade de Rio Grande e íamos de vento em popa até o Chuí. No meio do nada, naquela distância de 230Km que separa as duas cidades, no município de Santa Vitória do Palmar, paramos para um café. Quer dizer, os outros queriam café. Eu estava a serviço de meus leitores. Queria testar e aprovar mais um pastel por este Brasil afora.
As fotos mostram o quilate do lugar.Uma pequena (ou média) birosca, empoeirada, envelhecida. Os banheiros eram pequenas pocilgas, reboco à mostra nas paredes, iluminação precária.
Tudo isso era apenas um disfarce, um obstáculo entre mim e os pastéis. Mas não se preocupe, tais adversidades superficiais não dobram um gordo ávido por um pastel. Ao contrário. A gente fica imaginando: - O que esses caras estão escondendo por trás disso tudo? Resposta óbvia: - Só pode ser um pastel.
Amigo(a), que delícia de pastel! Bem fritinho, salgadinho, saboroso. De fato, a tosca aparência do lugar era apenas uma fachada a esconder uma delícia de pastel. Nesse momento esquecem-se as dificuldades da viagem. A distância, o asfalto, os caminhões, o lugar simples para lanchar, a aparência deste lugar.
E aí a gente se concentra na textura e no sabor desta coisa tão deliciosa chamada Pastel de Carne.
A busca continua, companheiro(a). Terei que comer muitos pastéis ainda por aí. Este dado estatístico eu já posso dar. Lá no sul do Brasil, pertinho do Uruguai, no município de Santa Vitória do Palmar, há um pastel que merece ser consumido. É na Lancheria Alvorada, ao lado de um Posto de Gasolina.
Quer a maior prova de que a coisa é boa? Na volta da viagem, cansados e extenuados, paramos para comer outro pastel.
Que loucura.
Reafirmando: - Parar na estrada = pastel! E ponto final.
Silvano - itinerante


02/05/2008