28 fevereiro 2007

Coisa de Gordo - 313


313 – Que alívio!
Nessa paranóia que tem tomado conta do mundo acerca do aquecimento global, o noticiário e as conversas caem freqüentemente no mesmo tema, sempre aludindo ao AQUECIMENTO GLOBAL! O povo só se deu conta agora, eu sei que a coisa tá esquentando faz tempo! O calor é cada vez maior, os dias de abafamento, temperatura alta e incômodo são cada vez mais comuns.
Em meu meio de convívio sempre fui tido por ser calorento, o que não é de surpreender! Gordos, posto que mais forrados, sentem mais calor que magros! Mas mesmo assim, precocemente venho identificando o aquecimento do planeta, independente do fato de não poder ias até as calotas polares para ver se elas estão derretendo. Aliás, faz tempo que lancei uma teoria, a de que devemos cada vez mais gastar grana e investir em ar condicionado, piscina, cloro, algicida e ventiladores de teto. E cada vez menos em lareiras, estufas, aquecedores, lenha e nó de pinho. Pelo menos aqui onde nós moramos, ao redor do paralelo 30, a coisa tá ficando assim. Quente.
Diante disso, vendo o planeta transformar-se numa bola de fogo, jogando a população global num literal inferno, já me conformara em morrer com calor, e condoído do quente futuro que esperaria nossos filhos e netos. Até que surgiu uma opinião dissonante, uma alternativa.
Lendo matéria assaz interessante no Jornal NH (do Grupo Sinos), do dia 15 de fevereiro de 2007, vi um depoimento impressionante do senhor Eugenio Hackbart, Meteorologista, afirmando que “o clima do mundo voltará a esfriar”. Ele é meteorologista da Metsul, uma empresa de São Leopoldo-RS. Segundo ele isso que está acontecendo é como um ciclo que se renova a cada três décadas. Olhando a temperatura do século 20, Hackbart observou que a temperatura do planeta é influenciada pelo maior oceano, o Pacífico, que tem ciclos de 20 a 30 anos de aquecimento e esfriamento. O meteorologista comenta que entre 1940 e 1977 o planeta passou por um período de forte resfriamento. Contrário a isso, entre 1920 e 1940 houve aquecimento, o mesmo se dando a partir de 1977, ciclo que estaria se encerrando agora.
Para comprovar o que diz, ele dá Pistas do Passado:
1) Ciclones extra tropicais sempre atingiram o Sul do Brasil e só não foram identificados no passado porque não havia meios tecnológicos.
2) A década de 30 teve mais furacões que os último dez anos no atlântico norte.
3) As geleiras começaram a derreter antes mesmo do aumento expressivo dos níveis de dióxido de carbono.
4) A cobertura de gelo na Antártida aumenta, apesar da redução no Ártico.
5) A temperatura do planeta caiu entre os anos 50 e 80, apesar dos níveis de dióxido de carbono.
6) O aquecimento do planeta teve início antes mesmo da invenção do automóvel e quando a industrialização não havia ocorrido na maioria dos países.
7) Os recordes de calor no Rio Grande do Sul são nos anos de 1917 e 1943 e o recorde na América do Sul é de 1905 na Argentina.
8) A atividade solar está no maior nível desde a Idade Média, que foi quando o planeta viveu um período de aquecimento semelhante ao de agora.
Chega, chega, já estou convencido. Portanto, nada de desespero. O calor, sabe Deus quando, vai ceder um pouquinho! E ainda teremos que fazer fogo na lareiras e subir a Gramado para tomar Chocolate Quente! Que alívio!
Silvano – com o ar condicionado ligado

PALAVRAS DOS LEITORES

Hoje decidi parar com tudo para me atualizar no blogger COISA DE GORDO. Está fantásticvo, muito bonito mesmo ... além da gula que sempre deu, o bom gosto está imperando, com chamadas criativas e não desprezando o histórico de tantas colunas maravilhosas. Parabéns. – Rosalva – de Porto Alegre

Isso é coisa que se faça com quem está de dieta???? Hehehehe....Puxa vida...fiquei realmente com vontade de experimentar o tal camarão na chapa....hummmmmmmm. Liliam – do litoral norte gaúcho – vendo foto dos camarões

Caro Silvano e família, fiquei bestificado com a foto dos camarões, mas faltou um detalhe, que acho fundamental... o tempero! Como é temperado este camarão, ou qualquer outro? Tudo que é receita só fala em sal e limão a gosto, eventualmente pimenta, mas qual pimenta? E nunca fica igual ao do restaurante. Por favor, aceito sugestões, bem como para peixes. Troco receitas, como por exemplo, como temperar galinha ou porco... abraços. James – de Porto Alegre

Salgadí­ssimo amigo Silvano: Também tenho me aventurado pelas panelas, e o Arroz com Lingüiça - famoso "arroz de china pobre" - que no teu caso tava caprichado, realmente não combina com sal. E nem foi o sal grosso. Aquele pouquinho que tu tinhas no pote já foi prá lá de suficiente. Algumas vezes, nem é necessário. Mas tua receita parecia deliciosa!!! Abraços e um bom final de semana. Cássia – do litoral norte gaúcho – sobre o arroz salgado que preparei

Estivemos em Tramandaí na segunda de carnaval para o molha pé anual da minha mãe e fomos no Restaurante Guimarães. Aprovou, mas fomos de rodízio, pois só assim garantimos a saciedade da veneranda senhora. O camarão ao bafo e o filé a milanesa estavam maravilhosos. Quanto ao sal (*comentando a salgada que dei no arroz) eu, praticamente, só uso sal grosso na cozinha. Uso para o arroz, feijão, molhos, etc. Sal fino só nos bifes e naquilo que não dá para usar o sal grosso. Quanto aos embutidos, eles são problemáticos, eu os cozinho na água primeiro para tirar o excesso de gordura e sal, bem como os defumados, e vou provando aos poucos, pois eles sempre soltam um pouco mais de sal. Já o arroz branco e sopas, com o sal grosso, eu já nem provo mais, pois já conheço a quantidade. Abraços. James – de Porto Alegre – de novo

O TEMPERO DO CAMARÃO
Sim, James, era apenas sal e limão!

01/03/2007






Imagem da Semana - 01/03/07






E já que o assunto é Tempo e Previsão do Tempo, aproveito para colocar no ar esta imagem enviada pelo nosso consultor de assuntos biológicos, o Dr Vinícius. De fato a Pedra faz milagres...

Silvano

22 fevereiro 2007

Coisa de Gordo - 312


312 – PECADOS DA GULA
Não, amigo(a), não pense que estarei aqui falando dos Pecados Capitais, dentre eles o da gula. Hoje vamos discorrer sobre pequenos (mas definitivos) pecados que são cometidos ali, diante das panelas, na cozinha, na churrasqueira. E que por vezes botam a perder toda uma refeição.
Trago esse tosco assunto ao debate após ter simplesmente trucidado com um Arroz com Lingüiça. Era para ser um delicioso almoço, o dia era de semana, as condições estavam todas favoráveis. Empregada? Não estava! Crianças? No colégio. A mulher? Teve que sair. Só sobrei eu! Pronto, fiquei responsável pelo almoço. O que farei?
Para não desperdiçar a chance, ataquei de Arroz com Lingüiça, uma espécie de especialidade minha. Calma, não se iluda, sou um reles cozinheiro de ocasião. Quando digo especialidade é porque se trata de uma das poucas coisas que me arrisco a fazer. Pois lá estava eu.Comprei a “lingüiça”, na verdade duas embalagens de “salsichão”, separei uma Panela de Barro que nosso amigos Wânia e Leandro, da Pousada Habitat Marinho, nos ensinaram a usar. Peguei de uma pacote de Arroz Arbóreo, que é um arroz todo especial, usado para risotos e outras especialidades. Ou seja, os elementos estavam todos ali, era para dar certo. Mas não deu!
Coloquei a panela no fogo com alguma antecedência, panelas de barro demoram mais a aquecer. Depois o azeite, a cebola picada, as lasquinhas de alho. Enquanto isso ia curtindo, ebulindo, tratei de cortar a lingüiça em pequenas rodelas, estreitas, mais facilmente cozinháveis. Na hora aprazada, entraram as lingüiças na panela, como que querendo se associar aos outros ingredientes que ali festejavam. Sim, aquilo me lembrou um salão de baile de carnaval! Circular, quente,abafado e para alguns, saboroso! A manhã avançava, daí a pouco as pessoas começariam a chegar, lancei mão do arroz. Colocado no salão, digo panela, o arroz entrou como se fosse um Rei Momo. Alvo, numeroso, volumoso, sentia-se o centro das atenções. Colocadas as xícaras de água para que iniciasse a fervura, faltava apenas uma coisa. O sal!
Veja que até aqui tudo se deu perfeitamente, a harmonia, a ordem do desfile, o ritmo, o enredo perfeito, era para ter sido um prato campeão de carnaval. Mas errei no sal! Pus uma quantia de sal refinado, mas o pote esvaziou antes do que eu queria. Vai ficar sem sal – pensei! Vasculhando a despensa, encontrei pequeno saco de Sal Grosso, resquício de algum churrasco, e decidi usar um pouquinho dele. Amigo(a), não sei se foi essa porção que estragou todo o resto, não sei se a lingüiça é que era salgada e eu não sabia, não sei, não sei o que se deu.
O “povo” chegou da rua,fiz aquela show todo com a panela de barro, o visual estava lindo. Até que comemos o troço. Sim, aquilo podia ser chamado de troço. Ficou salgado, salgado, muito salgado! Estraguei o baile, baguncei o coreto, atravessei o samba que até então vinha em perfeita harmonia. Salguei o arroz. Tivemos que lançar mão de uma bolacha d’ água, a mulher até desencavou um feijão de dia anterior, na tentativa de salvar a pátria. Salguei o arroz! Irremediavelmente, salguei o arroz. Os deuses da culinária me deram toda a chance, criaram um ambiente favorável, criaram espaço e tempo para que eu pudesse trabalhar naquele prato...mas eu salguei o arroz.
Sem mais rodeios, ficarei suspenso de minhas atividades culinárias por algum tempo, de quarentena, não se preocupe, portanto, a coisa tende a melhorar. Para terminar:
Era prá ser delícia,
Um prato fenomenal.
Mas na hora faltou malícia,
No arroz pus muito sal!

Silvano – salgado




LEITOR ATENTO
Enviei uma foto de um carro de auto-escola de Piracicaba, onde se lia atrás “Mantenha Lonjura”. Nosso atento leitor Waldemar, de Porto Alegre, escarafunchou no dicionário e me mandou email dizendo que sim, a palavra lonjura pode ser usada, com o significado de distância. Diz ele: Silvano, fui olhar no dicionário Caldas Aulete se existe a palavra LONJURA. Lá consta : LONJURA , s.f. (pop) grande distância, longura !! Deve ser um termo usado em Piracicaba! Sei lá. Um abraço. Waldemar


22/02/2007

14 fevereiro 2007

Coisa de Gordo - 311


311 – Camarão na chapa
Nessa andança que fizemos pelo litoral catarinense, devidamente encarrapitados na Pousada de familiares, nos entregamos numa das noites a comer um Camarão na Chapa! Ora, estar em Garopaba e não se deliciar com os frutos do mar é quase uma heresia.
Na tarde do dia combinado, lá foram alguns da turma até uma das peixarias adquirir o precioso material. Foram, encomendaram, o dono do local ficou descascando o camarão e então mais tarde buscaram aquela delícia toda! Como fazê-lo? – veio a dúvida. Após breves debates, decidiu-se por atear fogo na churrasqueira e, sobre uma chapa quente, se colocar o camarão.
Aí surgiu um detalhe que talvez impressione a paulistas e mineiros. Gaúcho não concebe fazer um foguinho, seja lá para o que for, sem “encostar” um pedaço de carne, uma costela, um salsichão (que no resto do país chamam de “lingüicinha”). Novo debate e então, para não intimidar o camarão que era o prato principal daquela noite, optamos por assar junto “apenas” salsichões e pãezinhos! Pronto. O camarão continuava a ser o prato principal e a gauchada estaria satisfeita.
E assim se deu. O fogo dos carvões em brasa, a companhia de amigos e familiares, uma bebida de Abacaxi com leite condensado e vodca que a Comadre preparou, tudo isso encantou a todos nós! E então começou o ritual!
Chapa quente, fogo a mil, os camarões devidamente temperados foram sendo colocados, delicadamente sobre a chapa quente. O aroma era perturbador, a aparência do camarão também. Saindo daquela cor meio acinzentada, o troço foi ficando tostado, mais róseo, literalmente mais assado. E o anfitrião Paulo serviu numa assadeira, uma forma onde os camarões prontos eram despejados para serem oferecidos a todos os presentes!
Sim, nada de pratos e talheres, a noite era de petiscos, incluindo o pão e o salsichão. Para alegria do camarão, os seus comparsas de cardápio, em que pese estarem deliciosos, não tiraram a fama dele! Foi de se fartar! E a gente comia, e se servia de novo, e quando alguém pensava que tinha acabado, lá vinha o Paulo com mais uma carga deliciosa!
Fica aquela sensação idêntica à da Lentilha, no reveillon. Uma coisa tão boa, tão saborosa, que a gente só come no fim do ano. Pois o camarão também parece ser assim. Em casa a gente prefere o Bobó, o Camarão ao molho, esquecendo de fazer esse na sua forma talvez mais autêntica! Na chapa! Aí é só a pessoa estar na praia que se bota a assar os tais avermelhados. Vá entender a psicologia humana!
Rogo a que nos dediquemos a ampliar o uso de tal iguaria! A chapa, qualquer um tem. O fogo? Gaúcho já nasce sabendo fazer. O camarão? Bom, aí talvez alguém tenha que enfrentar a BR-101 e ir a Garopaba buscar a preciosidade! Ou então , não. Basta buscar no Supermercado mais próximo e se fartar!
Fácil de fazer, fácil de comer, nutre e pouco engorda. Quer mais que isso? Só lá em Garopaba!
Silvano – pelo jeito, ainda com saudades

A REDUÇÃO CIRÚRGICA DE ESTÔMAGO....
......deu o que falar, hein? Após o relato impressionante do nosso Hamilton, surgiram várias opiniões e depoimentos. Muito legal a troca de idéias!

FRASE DO LEITOR (Flávio Rogério – do litoral norte gaúcho – matou a pau!)
"Calorias são pequenos animais que vivem nos guarda-roupas e que, durante a noite, apertam as roupas das pessoas".

DANIEL BOONE JUDEU?
Nosso leitor James, de Porto Alegre, sempre atento, envia correção quanto à minha teoria afirmando que o Daniel Boone do seriado seria JUDEU, pois era um Daniel, casado com uma Rebeca e pai de um Israel. Diante disso, manda-nos ele o esclarecimento:
Silvano, eu também assistia Daniel Boone, mas creio que eles não eram judeus, e sim uma daquelas religiões evangélicas primitivas, calvinistas, puritanos, degredados da Inglaterra para as 13 colônias da América por motivos de rixas, perseguições religiosas dos séculos 17-18. Portanto, os nomes seriam bíblicos, como são agora os filhos da Assembléia de Deus, Universal e etc. Nunca me esqueço, recém saído da residência e uma mãe, de saia e cabelão, traz os cinco filhos para consultar, o Maico, o Ezequiel, Jeziel, o Ariel e o Daniel (acho que os nomes eram esses, de profetas), e eu não me contive, e perguntei se o Maico era filho de antes da conversão, e era. Por isso, acho que Daniel, Rebeca e Israel sejam nomes dessas religiões que se instalaram nos EUA, desde a chegada do Mayflower... afinal, lá queimaram bruxas..., será que entre os Amish, eu encontraria uma Kelly McGuillis? Abraços, James.

15/02/2007

Imagem da Semana - 15/02/07



Quem duvida do perfeito casamento entre CAMARÕES e SALSICHÕES? Pois eis aqui a "prova do crime". Os dois conviveram paficamente dentro da churrasqueira e deram show na hora de serem apreciados pelo público. Na próxima vez que for fazer fogo para aquecer a chapa, já sabe...."encosta" uma Picanha, ou uma Maminha...ou...sei lá.

SILVANO - sempre extrapolando

13 fevereiro 2007

Ainda a Redução de Estômago

No calor das informações, recebi mais um relato de leitora que julguei interessante. O tema? Claro que ela está falando sobre a Cirurgia de Redução de Estômago. Olha só.
Silvano

Ainda não me resolvi se sou contra ou a favor da cirurgia!!! Estou novamente tentando emagrecer...preciso diminuir entre 40 e 50 kilos, mas ainda não me sinto encorajada a fazer uma cirurgia! Ouvi o relato do Hamilton, bah achei tri! Jóia.....senti pontinha de inveja.....mas tenho medo! O processo ao que me parece não é fácil. Mas entre fatos e relatos, e muita bisbilhotagem em orkut, me vi­ numa comunidade que se chama SOS Obesidade Mórbida. Entrei na tal comunidade, e conversei via msn com uma moça...26 anos, 1,60m e 127 kilos, que está esperando pela cirurgia pelo SUS. Ela me disse uma coisa que me fez pensar: Ela disse: NÃO QUERO PASSAR FOME, QUERO NÃO SENTIR FOME! Acho que esse é o sonho de todo gordo....mas será a cirurgia a única saída? Sei lá. Vou continuar tentando com dieta!!!!! Tô empolgada dessa vez! Faz uma semana que comecei, acompanhada de endocrinologista e muita força de vontade!Torçam por mim!!! LILIAM - do litoral norte gaúcho

10 fevereiro 2007

Sobre a Cirurgia de Redução de Estômago - 2

Recebemos comentários de leitora sobre o relato de nosso prezado HAMILTON, paciente que fez redução de estômago faz 1 ano. Estou colocando aqui abaixo o comentário da leitora (CLAUDETE - de Jundiaí-SP) e já incluo a tréplica do próprio Hamilton, sobre o que ela falou. Dinâmico este BLOG, hein?
Silvano - sempre aprontando


Olá, Silvano!Muito bom esse moço ter emagrecido tanto!Mas você notou a tristeza que passa através das palavras? Conheço várias pessoas que operaram e emagreceram, mas não estão contentes, parece faltar alguma coisa. Um rapaz outro dia falou que em festas e comemorações ele nem ia mais, não podia comer o que queria e então perdia a graça! Penso que por melhor que se trabalhe a cabeçaa de um gordo ou ex-gordo, ainda não conseguiram mudar muita coisa! Eu tenho vários kilos a mais, mas com um bom regime emagreço e depois engordo, sabe aquela sanfona? Mas não tenho peso suficiente para fazer essa cirurgia e acho que mesmo que tivesse teria medo de operar. (...) Abraços. Claudete


Caros leitores de Coisa de Gordo:
O problema todo é a cabeça de gordo, que não tem cura, não tem cirurgia, terapia, xenical, haldol ou lexotam que resolva ou acalme. A cirurgia é assumir o seu fracasso pessoal, a incapacidade de emagrecer voluntariamente. Eu mesmo enganei por três anos seguidos os Vigilantes do peso, emagrecendo 60 quilos, e recuperando mais, em metade do tempo. Enganei a mim mesmo. Então, é obvio quando falo dos resultados cirúrgicos, há um quê de nostalgia, dos tempos de 32 pedaços de pizza na saudosa Pizzaria Chuca. Dos espetos corridos. O gordo é um ser anárquico, e agora e tenho de ser metódico e organizado, comer de 4 em 4 horas, horário para tomar líquido, vitaminas. Acordo domingo para tomar café até as 8 e volto para cama, para poder almoçar as 12-13 horas. Qual gordo que se preze faz isso? Não, fazer a cirurgia é uma proposta radical de mudança de vida, que a obesidade, incapacidade de emagrecer e a perspectiva de vida te exigem. Perspectiva de vida, essa, agora melhorou, fiz a cirurgia antes que meu coração desse de si. Hoje, eu entro no elevador lotado e não sinto culpa. Semana passada, ganhei uma camisa GG, dia seguinte fui trocá-la, por uma P!! Estas coisas, aos poucos, talvez operem a minha cabeça gorda. E dou razão a equipe da Ulbra que me operou, colocando o psicólogo e psiquiatra na proa do tratamento pré e pós operatório. Era isso... abraços. Hamilton


Olá Silvano,Hamilton e leitores! Adorei o comentário do Hamilton, ele sabe as limitações da cirurgia e está ciente dos prós e contras. Ele pelo jeito achou o seu melhor caminho quando percebeu que sabotava as dietas e não conseguia manter o peso. É uma pena que nem todos tenham essa conscientização, já vi pessoas que fizeram essa cirurgia, perderam bastante peso e depois recuperaram tudo! Eu estou com 15 kilos a mais e de dieta novamente, o problema é que não consigo manter, quando chego no meu peso certo, começo a comer tudo que gosto e aí recupero. Mas adoro comer e também cozinhar, e é bem dificil quando se cozinha de tudo, fazer dieta e ficar olhando os outros comerem,rsrsrsrs. Hamilton, estou na torcida para que você seja muito bem sucedido! Abraços pessoal Claudete

07 fevereiro 2007

Coisa de Gordo - 310


310 - Redução de estômago – um ano depois
Em março de 2006, publiquei neste espaço um relato impressionante de um leitor amigo nosso, que houvera recém feito a CIRURGIA DE REDUÇÃO DE ESTÔMAGO. Se alguém quiser dar uma olhadinha naquele relato para lembrar, o endereço é http://coisadegordo.vilabol.uol.com.br/Cronicas/CG261.html . Passado um ano da cirurgia, o mesmo leitor volta com novas impressões, que certamente enriquecerão o saber de quem se interessa por isso. Emagrecer! Também, o cara não teve como escapar. Passeava ele, nitidamente menor, mais leve, nas areias de Garopaba, pensando estar longe de todos os chatos possíveis. Se enganou! Eu o abordei, após uma fugaz dificuldade em reconhecê-lo, e ao fim do papo pedi esta atualização. Portanto, sem mais delongas, aqui vai o relato de nosso amigo Hamilton. Silvano – sempre impossível

“Caros leitores de Coisa de Gordo, dia 27 de janeiro fez um ano da minha cirurgia de redução de estômago/intestino. Eu tinha 164 quilos e hoje são 78. Mais do que estes 86 quilos, minha vida também mudou. Houve muitas vantagens e várias desvantagens. É claro que não foi um mar de rosas, mas a cirurgia ainda tem muitos créditos. Os ganhos de saúde e emocionais foram consideráveis. Tomava remédio para pressão alta, hoje não tomo nada e minha pressão é 110 por 60. Durmo como um nenê, não tenho mais apnéias e não ronco mais, não uso mais spray anti-alérgico. Não tenho mais seborréia. Meus joelhos pararam de doer para subir escadas. Minhas calças passaram de 72 para 44-46. Em compensação, tive uma hérnia incisional (na cirurgia) gigante, acompanhada de uma esofagite (úlcera de esôfago devido a refluxo) grau 4, o que exigiu nova cirurgia para correção de ambas, ao mesmo tempo, em junho, mais uma semana de hospital. Hoje, estou com anemia e a albumina do sangue está abaixo do normal, o que exige que antes de cada refeição, eu tome uma cápsula de enzimas para uma absorção melhor dos nutrientes e faço uso de uma série suplementos vitamínicos. Tudo isso incomoda, mas trabalho normalmente, passei uma semana na praia, onde encontrei o Sr. Silvano e família. Não sou um atleta, mas me sinto bem. Faço consultas quinzenais. A cabeça é que ainda é gorda, sempre tenho vontade de comer mais do que posso, o que às vezes causa vômitos. Tenho que mastigar muito e comer devagar, coisa que gordo nenhum faz. E a limitação é clara. Como tenho que comer lentamente, até parece que como bastante. Preciso regular a ingestão de líquidos durante o dia, pois com as refeições não bebo nada, pois é um ou é outro. Os ganhos emocionais são fabulosos, com elogios, mas já ouço que estou magro demais. Pessoas que não vejo a tempo, às vezes não me reconhecem. Tudo isso é bom! Como disse no início, o saldo é positivo, mas não saio dizendo para todo o gordo ir fazer a cirurgia. Era isso... abraços, Hamilton e Esposa.



08/02/2007

Imagem da Semana - 08/02/07


DANIEL BOONE
O passado é uma roupa que não nos serve mais, já citei essa frase do Belchior em texto anterior. Mas volta e meia ele bate à nossa porta. Passeando em Shopping da capital, deparei-me com interessante DVD contendo quatro episódios do seriado DANIEL BOONE, que eu assistia em minha infância. Não resisti, e acabei comprando um dos DVDs. Cada DVD tem quatro episódios. Amigo(a), foi uma bela viagem no tempo. Os caras mantiveram a dublagem original, as cores são nítidas e vibrantes, o seriado está muito legal. E cada episódio é longo, tem quase uma hora! Vou ter que comprar os outros DVDs aos poucos! Comprei esse aqui ao lado, mas vi que tinha até o número seis! Tempos atrás, percebi tratar-se o seriado de uma família de judeus, pois o pai Daniel é casado com uma Rebeca e é pai de um Israel. Se isso não for judeu.... Bom, o índio Mingo fica de fora dessa classificação. Imperdível, para quem o conheceu! Silvano

01 fevereiro 2007

Coisa de Gordo - 309


309 - Janela na minha ausência
O Professor Zeca, o “Papa” da hidroginástica no litoral norte gaúcho, andou aprontando uma das suas. Para os interessados, o número da academia dele é (51) 36626666. Como estive em férias, ele agendou com os amigos que ficaram um churrasco delicioso onde iriam assar a famosa JANELA bovina. E tudo isso sem mim.
É, dos amigos vêm as piores coisas, alguém já disse. O pior, o irônico disso tudo, é que na bendita noite em que se deu o evento, eu já estava em terras patrulhenses, já havíamos voltado da Santa e Bela Catarina. Mas a vida é assim mesmo, recheada de ironias. Azar dele. Agora ficou com o compromisso de me convocar para a próxima janta e também para a próxima JANELA.
Já divulguei aqui neste espaço, a JANELA é um modismo desses que surgem de quando em quando na culinária gaúcha, nas coisas que rodeiam o churrasco. Volta e meia os caras começam a assar abacaxi junto ao churrasco e a gente se farta. Depois vieram com pedaços de queijo no espeto. De enlouquecer. Pois a tal Janela parece ter caído no agrado de consumidores.
Sem ser inédita, a janela alude a um churrasco tradicional que era feito regado a salmoura e não era assado em churrasqueiras. A gente, no meio do Pampa gaúcho, entre rédeas e esterco de cavalo, parava as lidas da semana para um grande evento familiar, onde se assava o churrasco em valas! Abria-se uma vala, um buraco enorme no meio do campo, ali se fazia fogo de lenha, que depois virava brasa. E ao lado dessa vala se colocavam os espetos (de eucalipto) com os pedaços de carne. Uma das carnes colocadas era justamente a Costela Bovina inteira, que agora, passados esses anos todos, se convencionou chamar JANELA. Era um churrasco seco, tendendo ao salgado (pelo uso da salmoura) e demorado, as carnes ficavam ali horas e horas.
Fecha o parêntesis, chegamos aos dias de hoje. Hoje se assa a Costela inteira na churrasqueira, mas o tempo permanece o mesmo. Dos casos que tenho acompanhado, leva em média quatro horas de fogo! Não raro, as churrasqueiras racham, pelo excesso de calor. Sobre esse fogo, que o professor Zeca me ensinou que deve ser médio, de longe, se coloca então aquele lado do boi, a tal JANELA. E ali a gente “esquece” ela. Apenas tem que ir adicionando carvão na churrasqueira, com parcimônia, sem excessos, para que o fogo se mantenha por tanto tempo. Claro é que a parte dos ossos deve ficar para baixo. Na meia hora final, enfim se vira a peça, para dar o acabamento.
O resultado disso é uma carne tremendamente saborosa, assada lentamente, que se desprende facilmente do osso, um arraso total! Dá trabalho, é verdade. Gasta carvão, é sabido. Mas o resultado é surpreendente. No meu singelo viver doméstico, me abstenho de preparar a JANELA, deixo isso para quando vou em Churrascarias (todas aderiram à moda). Mas quando algum amigo próximo se arrisca a fazer, eu sou o primeiro a me escalar para a função. Agora....fazer durante as minhas férias....beirou a traição. Mas também, nada que não se resolva na beira da churrasqueira, com Carne, Líber e Coca-light. Eu, de minha parte, estou plenamente aberto à reconciliação.
Brincadeirinha, professor Zeca. Brincadeirinha.
Silvano – sempre escalado


PALAVRA DO LEITOR
Silvano, já que sou hipocondríaco, vou gostar bastante do novo gosto da Pepsi... Abraços. Marnei – do litoral norte gaúcho – comentando o gosto estranho na Pepsi


01/02/2007

Sidney Sheldon - 01/02/07


SIDNEY SHELDON
Morreu o renomado escritor Sidney Sheldon, vendedor de mais de 275 milhões de livros. Na minha juventude nutri um certo desdém em relação a ele, sempre desconfiei desses escritores adorados pelo mundo todo. Por isso nunca li “A Insustentável Leveza do Ser” do Milan Kundera. Mas abri duas exceções. Uma delas foi ler o livro “O Perfume” , do Patrick Suskind, sucesso mundial há vinte anos atrás. Adorei. Livraço! E que agora está nas telas do cinema. E a outra exceção foi um livro chamado “Se houver amanhã”, de autoria do Sheldon. Livro comum, enredo previsível, uma coisa assim meio Stephen King, a mulher vai do cume à sarjeta e volta no final para se vingar dos que a prejudicaram vida afora. Justificou-se o sucesso mundial. Li este livro dele, mantive o preconceito e fui dormir. Até que fui ler algo da biografia do Sidney Sheldon e descobri ser ele o autor de alguns seriados de TV de nossas infâncias. Principalmente o famoso “JEANNIE É UM GÊNIO”. Amigo(a), esse homem foi o autor que me levou a conhecer o meu primeiro amor – a Jeannie do seriado. Sim, fui apaixonado pela atriz Bárbara Éden por muito tempo, estive em vias de escrever-lhe uma carta pedindo-a em casamento, do alto de meus doze anos. Depois isso passou. Descobri então que ela é nascida em 1934, creio ter chegado tarde no planeta! Pois foi esse que há dois dias atrás morreu, o Sidney Sheldon, que compôs o seriado, que a escolheu para o papel, que enfim, me fez vir a conhecê-la. Desde então, passei a nutrir um certo respeito por ele. Honras ao Sheldon, portanto!