28 agosto 2008

Coisa de Gordo - 391


391 – O MAL AGORA TEM ROSTO
A vida em cidades pequenas, como esta em que vivo, tem coisas muito interessantes. Coisas que só se vê em cidades do interior. Durante anos, muitos anos, a comunidade local conviveu com um LADRÃO de alcunha “Chapalito”, verdadeira celebridade local. O cara tinha (e ainda tem) o dom do furto, entrava nas casas e surrupiava coisas, objetos, jóias, videogames, TVs e o que mais estivesse ao alcance de sua mão.
Mês findava, mês se iniciava, lá vinha uma história de alguém cuja casa fora devassada por esse cara. A polícia sabia onde ele morava, conhecia sua mãe, suas irmãs, a cada caso de furto na cidade lá iam os homens da lei atrás do Chapalito. E em muitos casos recuperaram os objetos.
A coisa veio num ritmo frenético de crimes e diante da indignação da comunidade, sempre se esbarrou na lei que protege os “menores de idade”. Alguém denunciava, o cara era preso, mas, como diria a turma do Casseta e Planeta, ele era “DIMENOR”.
Interessante que o criminoso possuía um “modus operandi” característico, uma espécie de marca registrada dele. Sempre entrava na casa das pessoas em horário normal, meio-dia às vezes, casa cheia, todo mundo almoçando. Naqueles curtos minutos em que a atenção de todos se voltava ao comer, o bandido adentrava a casa e levava sua muamba.
A cidade de Santo Antônio conviveu por anos com esse meliante, sem ter muito o que fazer. Talvez isso ilustre as falhas de nossa lei. E foi sendo urdido na cidade um ódio coletivo, uma raiva diante de tamanha impunidade.
Dia desses, conversando com amiga minha que trabalhava em creches municipais, ela lembrou-me que mais de uma vez ela levou o tal menino para consultar comigo (na época ele era criança). E rimos ao lembrar que fornecíamos leite em pó para ele, ou seja, nós (sociedade) alimentávamos o pequeno monstro já na sua infância. Para que depois ele viesse a nos assaltar.
Todas as conversas confluíam sempre para um mesmo ponto. Mas afinal – dizíamos – como é a cara desse cara? Alguém tem alguma foto desse pilantra? Sim, as autoridades tinham várias fotos, mas não podiam divulgar, publicar, pois ele era menor de idade.
Engraçada essa lei que protege crianças e adolescentes criminosas. Não se pode falar no nome nem se mostrar a foto deles. Mas se um deles estuprar e matar uma menina, o nome dessa menina vai sair nos jornais. E a foto também. Então vejamos. O menor assassino tem que ter sua identidade protegida, coitadinho. O menor assassinado pode ser exposto à publicidade. Dá para entender? Eu não consigo!
Enfim, os dias se sucederam e os anos passaram. O cara enfim se transformou num maior de idade. Atingiu os dezoito anos. Mesmo para os canalhas o tempo passa. No jornal local desta semana, a Folha Patrulhense (http://www.folhapatrulhense.com.br/) eis que surge na página policial, pela primeira vez, a foto e o nome do Chapalito. O cara se chama Daniel Santos da Silva e sua cara é esta aí da foto. O mal, portanto, agora tem rosto.
Sei dos crimes cometidos, sei do contexto social, mas sempre que vejo um vagabundo desses algemado, sendo levado para mais uma detenção, não consigo deixar de sentir um tanto de pena. O que não me impede de ficar feliz sempre que ele é preso. Lá vai mais um bandido para trás das grades!
Lembro vivamente da Mãe e das irmãs do cara (a quem eventualmente também atendi). Lembro da expressão irônica da velha, sua cara desaforada, feliz com sua omissão diante da vida. O filho que ela tinha que ter educado, limitado, moldado, é hoje uma celebridade no crime.
Se lá naquele tempo em que ela ganhava leite em pó do município ela tivesse atuado como uma verdadeira mãe, talvez o destino do cara fosse outro. Talvez fosse um cidadão de bem, trabalhador, alguém voltado à família. Mas não foi o que ela fez. Com sua empáfia, sua arrogância, sua inconseqüência, ela onerou e continua onerando a sociedade com sua atitude. Semeou um jovem delinqüente, está agora colhendo um criminoso pós-graduado.
Para finalizar, uma ironia. O cara enquanto menor de idade fez e aprontou, sem que se conseguisse deixá-lo preso. Sabe por que ele foi enfim preso agora? Por ter furtado um passarinho! Isso mesmo, não foi TV nem computador. O cara furtou um passarinho com uma anilha do Ibama, e por isso, foi enfim para o Presídio Regional. Abandonado pela mãe. Odiado pela cidade. Preso por um passarinho.
Silvano – o impossível


LEITOR MANDA DICA DE DVD
Olá Silvano! Para quem gosta de música, vai a dica de um ótimo filme: trata-se de "Apenas Uma Vez" (Once), vencedor do Oscar 2008 de melhor canção original por Falling Slowly (composta pelo casal protagonista, Glen Hansard e Markéta Inglová). É um filme simples, que partiu de um roteiro de 60 páginas e foi filmado em apenas 17 dias, mas é essa simplicidade que faz dele um sucesso. Extremamente poético e tocante ele mostra o quanto a música pode aproximar as pessoas. Tem como tema um músico irlandês que toca composições próprias nas ruas de Dublin para ganhar alguns trocados. Numa dessas apresentações ele é assistido por uma tcheca que se encanta pelas melodias e entra, sem querer, na vida dele. Movidos por uma grande paixão, que é a música, eles acabam compondo canções sentimentais juntos. Uma das curiosidades é que o protagonista Glen Hansard é cantor, violonista e compositor e integra a banda The Frames e lançou seu primeiro álbum, The Swell Season, em 2006, projeto que teve a participação da multi-instrumentista, compositora e cantora Markéta Inglová. Vale a pena locar o filme, é dez!!
Flávio Rogério – do litoral norte gaúcho


28/08/2008

21 agosto 2008

Coisa de Gordo - 390

390 – TORTA DE MARIDO – Versão do Guri
Essas receitas rápidas têm tido grande aceitação entre os leitores deste Blog, já quando publiquei o Negrinho de Microondas, e depois o Bolo de Caneca, os resultados junto à critica (você mesmo!) foram ótimos. Na esteira deste processo (desculpe, este é um dos meus cacoetes de linguagem), trago ao vosso deleite mais uma dica imperdível. A Torta de Marido.
Já a houvéramos visto no programa de TV do Anonymus Gourmet, numa manhã de sábado. Nas palavras dele, é uma torta tão fácil de se fazer que até o Marido consegue dar conta. Daí a origem do nome.
Na época a sra Kátia fez a receita, aprovamos, ficou como uma boa possibilidade.
São apenas três ingredientes: - um pacote de Bolacha Maria de Chocolate; uma lata de Leite Moça; uma lata de Creme de Leite.
Misturam-se os três, põe-se na geladeira e está pronta.
O que trago de novo aqui? Meu Guri sentou olhos na resumida receita e tratou de aperfeiçoá-la. É um simples detalhe, mas que influi bastante no resultado final. Na receita do Anonymus, as bolachas eram picadas e colocadas no preparo. O Guri foi mais perfeccionista, mais cuidadoso.
Uma das grandes qualidades desta receita é a sua praticidade. Você, mulher, está em casa naquele domingo de tarde, jogada no sofá, indecisa entre se deprimir vendo o Faustão ou dormir até o fim da tarde. Seu corpo todo dói da maratona da semana. Você até pensa em desligar a TV, ou mesmo trocar de canal, mas o cansaço físico é maior do que sua indignação. Como se fosse uma jibóia após ter comido aquela ovelha, você mal consegue manter os olhos abertos, apenas digere e respira.
Neste exato momento soa a campainha, você rosna algo para o seu marido e então ele vai ver quem é, atendendo o interfone. Oba! – ele grita – a mamãe está aí!
Era só o que lhe faltava! Uma visita de sogra num domingo à tarde! Logo a sogra. E logo naquele domingo! Enquanto o elevador sobre você lembra que não tem nada em casa para servir à mulher. E percebe que ela, quando souber disso, vai fazer aquela cara de desdém para você, sacudindo a cabeça negativamente. Nesses curtos segundos que separam você, mulher, do encontro com a mãe dele, um lampejo ilumina sua mente. Você lembra da Torta de Marido. Seu marido abre a porta, você disfarçadamente vem da cozinha dizendo que estava finalizando uma sobremesa. Diz isso e logo volta para a cozinha, conseguindo fazer a Torta de Marido em três minutos. Coloca o preparado na geladeira e volta para a sala calmamente, anunciando que logo vai servir o doce. Pronto, sua tarde está salva. Sabe por que, mulher? Porque a coisa é muito fácil. Perceba isso.Olhe a seqüência de fotos abaixo e se delicie.
Silvano – o impossível


21/08/2008

Torta de Marido - versão do Guri


Ingredientes: como citei antes, apenas três coisas.
Um Pacote de Bolacha Maria de Chocolate;
Uma Lata de Leite Moça;
Uma Lata de Creme de Leite.
Use APENAS metade ou então dois terços das bolachas, para não ficar muito "massuda". Com menos bolachas elas ficará mais molhadinha, mais solta.

Passo 1


Moa as bolachas até que virem uma espécie de farinha. O Guri faz isso usando o liquidificador. Ele vai colocando porções de bolachas aos poucos, tritura, põe numa vasilha de preparo. Mói mais um pouco. Põe mais lá no prato. Assim vai moendo até que os dois terços (ou metade) do pacote tenham sido triturados, moídos, desmanchados. Este é a diferença crucial da receita original. O Anonymus deixava as bolachas em pedacinhos. Deste jeito aqui é bem melhor.

Passo 2


Acrescente os dois outros ingredientes. Vendo esta foto você já percebe que não tem como esta receita dar errado, né? É só craque na cozinha! Usando essas duas Latas, o que pode dar errado? Nada!

Passo 3


Misture vigorosamente os três ingredientes. Aquilo que antes era uma mistura heterogênea vai gradualmente se transformando em uma coisa de um aspecto só. Uma deliciosa massa de torta doce.

Passo 4


Por fim, acomode a mistura num prato circular. Vá deitando a massa delicadamente, carinhosamente, retoque com uma colher de sopa, maquie a apresentação do prato.

Passo 5


Terminado este curto ritual, coloque na geladeira por cerca de uma hora. Perceba que não foi necessário levar ao forno, cozinhar, assar, nada disso. O negócio é só misturado e resfriado. Neste período, converse com sua sogra, sabendo que em breve você vai fazer a Coroa cair da cadeira. Ao comer esta delícia que você está preparando! Parabéns! Desta vez ela não vai fazer aquela cara desdenhosa. Pelo contrário. Vai até dizer ao filho dela, aquele com quem você se “ajuntou”, que ele fez uma boa escolha. Uma boa escolha.

15 agosto 2008

Coisa de Gordo - 389


389 - ESTEREÓTIPOS
Não sei de onde vem esta palavra “estereótipo”, pois a desdobrando, o radical dela é “estéreo”, que significa movimento. O significado dela tem sido bem outro. E ando obcecado por alguns estereótipos ultimamente. E partir da observação disso, constatei estarrecido que um estereótipo é uma coisa utópica, uma figura que não existe! Serve como padrão, serve como exemplo, mas não existe.
Certa feita a Globo exibiu uma novela onde havia ciganos, época em que muita criança neste país foi batizada com o nome DARA, que era como se chamava a cigana da novela. Naquela ocasião, a TV mostrava os ciganos como pessoas charmosas, sensuais, vistosas, roupas reluzentes. As mulheres ciganas seriam algo como sereias, tal a sua verve sedutora. Tudo isso era um estereótipo. Não existe cigano assim! Uns anos atrás, morando noutra casa desta mesma cidade, observava um acampamento de ciganos situado a uma quadra de nossa casa! Sujeira total, pessoas feias, podres. As mulheres, verdadeiros “tribufus” ambulantes, andavam sem calcinha e, andando pela praça, simplesmente se agachavam ali na grama para urinar e logo em seguida seguir seu caminho. Como bichos. E bichos sujos e fedorentos. Ora, não é difícil imaginar que pessoas que vivam sem banheiro, água corrente e sabonete, sejam sujas em seu viver. Quem se propõe a viver acampando aqui e ali, por opção própria, tem seu destino atrelado a uma certa falta de higiene, falta de sociabilidade. Enfim, os tais ciganos aqueles da novela eram só estereótipo. Não conheço cigano que se enquadre no que foi mostrado na TV.
Na Literatura Brasileira temos o mito do bom selvagem. O clássico José de Alencar escreveu livros onde pintava os índios como heróis altivos, bonitos, educados, amorosos. Peri e Ceci eram quase que Romeu e Julieta! Sim, a mim parece que tal mito não foi criação do Alencar, era uma coisa do movimento cultural vigente no mundo daqueles tempos. Quem já teve a chance de ver, escutar, se aproximar de algum índio facilmente percebe a diferença. Índios na vida real são pessoas (lá vamos nós de novo...) sujas, podres, analfabetas, desdentadas, eventualmente violentas, grosseiras. Cabe a mesma apreciação de antes. Os caras vivem em Tabas, dormem dentro de Ocas, o banheiro mais próximo é o rio, se tiver, a podridão viceja por ali, portanto. Esse mito do bom selvagem transbordou para outras obras clássicas, basta lembrar que o Tarzan, aquele da Jane, foi pintando como um cara legal, justo e bonitão. Amigo(a)...pobre da Cheeta! O cara era um farrapo humano, a se considerar que ele houvesse sido criado por macacos, em meio à selva. Mas o tal mito era forte e lá veio o Tarzan com cabelo penteado e hálito puro.
Por fim, indago. Com que finalidade são criados os estereótipos? Por que aparecem? O que os condiciona? Sim, bem sei que isso é quase incontrolável, é quase como fofoca em cidade pequena. Se cria, aumenta, aparece, se espalha!
Poderia um sociólogo ponderar que o estereótipo é uma espécie de inconsciente coletivo social. Surge nas mentes das pessoas e transborda para a cena do dia-a-dia. Se a Globo colocasse ciganos imundos na sua novela, por certo não teria audiência alguma. Como captou o imaginário popular, acertou na mosca.
Enfim, percebo a existência de estereótipos e ao mesmo tempo os respeito e temo. Por serem fantasiosos, nunca se sabe aonde a coisa vai parar! Observo-os de longe, dou um passo atrás e vejo a vida passar.
Silvano – o impossível


FENACAN
Começou ontem, com este novo nome a FESTA NACIONAL DA CANA, antiga festa do Sonho, Cachaça e Rapadura de Santo Antônio da Patrulha -RS. De ontem até o próximo domingo, a cidade ganha caras novas, um movimento inusitado, vem gente de todo lugar! O desafio dos expositores de Cachaça este ano é driblar e Lei seca. Sim, porque na tal festa há uma espécie de “cachaçódromo”, um pequeno estande onde os Alambiques expõem suas marcas, colocando á degustação do público as suas cachaças. Como provar aquilo e depois dirigir carro? Impossível, e a polícia local já avisou que vai mandar ver no bafômetro. Venha, beba e, portanto, traga seu motorista cara-limpa!


RECALQUE MEU
Toda Olimpíada é a mesma coisa. Olho o quadro de medalhas e fico vexado! Que paisinho de meia-tigela é este em que vivemos! Quase caí da cadeira quando a mídia anunciou que aquela mulher do JUDÔ foi a Primeira Mulher Brasileira a ganhar uma medalha em Olimpíada, num esporte individual! Meu Deus, do céu, é muita incompetência. Chama o Cristóvão Buarque e vamos começar tudo do zero. Pela educação! Pelas escolas! Pelo incentivo às crianças desde cedo! Pela chance de sermos, um dia, um país melhor. Todas essas parcas medalhas que eventualmente ganhamos são resultado único da iniciativa pessoal de um atleta, de um grupo de atletas, coisa assim. O governo pouco liga para isso! Se aquela pessoa se determinar: - Daqui a oito anos vou correr a maratona na Olimpíada, trabalhar o dia todo, treinar sozinha à noite, durante oito anos, talvez ela enfim consiga chegar lá. O governo em nada a apóia. Recalcado que fico por causa disso, escolho uma nação para torcer, para ver se alguém desbanca aqueles americanos soberbos e cheios de si! Este ano sou CHINA desde pequenininho. Torço pelos “chinas” até em campeonato de cuspe!


ALGEMAS
Eu serei sempre suspeito, mas acho um descalabro essa bobagem de quererem regulamentar o uso de algemas em solo nacional. Não sou favorável a abusos. Não coaduno com a violência policial. Mas neste singelo momento em que o país se vê às voltas com a barbárie, a violência, a impunidade, os caras do Congresso (sempre eles) se juntam para regulamentar o uso de algemas. Ou seja, o circo pegando fogo e eles preocupados com a almofada na cadeira. O ministro Gilmar “Amigo Deles” Mendes já inaugurara esta tendência, mostrando-se tremendamente preocupado com os abusos cometidos contra o coitadinho do Daniel Dantas. O desvio de dinheiro que ele causou, a falta que isso faz nas filas do SUS, na fila dos Aposentados...isso não o estressa. O que lhe causa frisson é o “modus operandi” dos policiais em relação aos punhos do Dantas. Pois agora, resolveram falar das algemas. A seguirmos por este caminho, logo , logo estaremos discutindo as acomodações dentro dos presídios. Afinal, dirão estes mesmos, por que não coloca uma cama Box e uma TV de LCD para cada preso? Gente....(bradarão eles)..eles são bandidos mas são humanos! Humanos!! Estupradores...mas humanos. Assassinos, mas humanos.


E O PIOR....
...é que EU e VOCÊ pagamos não apenas a estadia dos presos nas penitenciárias, mas o salário dos meliantes do Congresso e o do Gilmar Mendes. Ah, sim, e para não esquecer, pagamos também o novo salário da governadora Yeda “Arrogante” Crusius que se aumentou de 7.000,00 para 17.000,00 por mês.


14/08/2008

Dica de Leitora - DVD


Caro Silvano! Gostei de ver teu Blog do Dia dos Pais, e minha dica de DVD seria O Amor nos Tempos do Cólera, de Gabriel Garcia Marquez, que fala de uma paixão fulminante de um jovem que trabalha nos correios ( Florentino) por uma jovem de classe mais alta ( Firmina). Apaixonados, prometem um ao outro se amarem para sempre e o jovem então a pede em casamento. Mas seu pai não o considerando um bom partido para sua filha a manda para longe, para uma fazenda distante onde está sua prima. FLorentino a aguarda, mas quando Firmina retorna não quis mais nada com ele e passa a ser cortejada por um médico bem sucedido da cidade que trata da Cólera. Bem como tudo tem um final, este promete ser emocionante. Destaque para Javier Barden ( Florentino),Giovana Mezzogiono ( Firmina), Fernada Montenegro ( Mãe de Florentino), John Leguizamo ( Pai de Firmina) e Benjamim Bratt ( Dr. Juvenal Urbino) . Um Abraço. Sandra Gomes

08 agosto 2008

DIA DOS PAIS


DIA DOS PAIS

Feliz és tu
que não precisas
fechar os olhos
para encontrar teu pai.

Ele abre o jornal
quando abres a porta.

Teu pequeno Atlas
tem um mundo em suas mãos.

Deixa de lado
a lufada dos fatos
e vem ao teu encontro.

Abraço de mãe é travesseiro.
E árvore, o pai.

A gente sempre fica
com algumas palavras
trancadas na garganta.

O pai não quer arroubos
nem proclamas…

A roupa do pai temtantos bolsos.
É neles que guarda
pequenas humilhações
e desditas.

Mas em seu olhar
brilha um grande sonho.
Um mundo melhor
para seus filhos.

Às vezes, dá vontade
de dizer ao pai
que nós também
pisamos o barro,
sujamos a alma
e os sapatos.
Mãe é teto.Pai é viga.
Há resíduos
de nossa infância
em todos os cantos.
Até no cheirinho
de água de barba
que vem com seu abraço.

Ele cantava no chuveiro.

Deixas sob o travesseiro
uma caixa de CDs.

A noite avança,
toca o telefone.
O pai agradece.
Ao fundo,ainda ouves
o som enternecido
de um bolero.

No escuro
avalias o filho que és.

Carece ser mais companheiro,
jantar, ir ao cinema.

Dormes e sonhas com teu pai.
Chove na manhã de inverno.
E como é bom
vir da escola em seu colo,
os pingos d’água cantando
sobre o guarda-chuva.

Luiz Coronel – Poeta- Editor e Escritor

07 agosto 2008

Coisa de Gordo - 388


388 – CANYON FORTALEZA
Comentei aqui que subimos a montanha até Cambará do Sul, município situado às beiras daquelas obras da criação, os penhascos, as escarpas, os Aparados da Serra. Em ocasião anterior já subíramos até lá quando então fomos visitar o Itaimbezinho, no Parque Nacional dos Aparados da Serra. Foi um passeio rápido, breve, chegamos já de tarde, mas mesmo assim a impressão e as fotos foram boas.
Desta vez fizemos diferente. Fomos conhecer o outro Canyon, o Fortaleza. Na noite anterior ao passeio, titubeamos quanto à ida até aquela paisagem inigualável. Estávamos cansados, teríamos que acordar cedo e tomar lugar numa Van que nos levaria até lá. Diante de nossa indecisão, cancelamos a reserva na Van. O preço era de 38,00 reais por pessoa, ida e volta, o passeio durando cerca de 5 horas.
Devíamos ter ido de Van. No amanhecer do dia seguinte, após o café, vendo o belo sol que nos iluminava os caminhos, resolvemos ir até lá. Só que aí não tinha mais a Van.
O que fazer? Fomos de carro mesmo. Nosso carro. Entre o asfalto de Cambará e o Fortaleza, há uma estrada com quatro quilômetros de asfalto e dezoito quilômetros de chão. Estrada ruim, lenta, pedras e mais pedras pelo caminho. A gente tinha que andar em segunda marcha, às vezes em primeira marcha. Mas percebi que os outros carros nos ultrapassavam ao longo do percurso, talvez eu estivesse meio assustado com os buracos. Passada cerca de uma hora (o que dá a idéia da velocidade média que fizemos) enfim chegamos ao Canyon Fortaleza.
Impressionante. Belo. Lindo. Imperdível. Soberbo. Inigualável.
Local calmo, movimentado apenas pelos turistas que até lá se arriscam, é uma perfeita chance de meditação. De elevar o pensamento. E é claro, de forçar o corpo.
Aquelas fotos que se vê nos pôsteres turísticos são enganosas, ou quase isso. Nas tais fotos a gente vê a beira da escarpa e olha aquela estradinha ali do lado. Logo pensa: - fácil, dá para chegar de carro até ali. Doce ilusão.
Existe a tal estradinha, mas ela só dá acesso de carro até um certo ponto, não até a beira. E o ponto onde os carros ainda chegam é o fim dos tais vinte e dois quilômetros de pedras que citei antes. Portanto, você viaja até ali, desce do carro e a partir daí tem que caminhar! Uma distância não muito longa, é verdade. Em poucos minutos a gente se vê na beira do Canyon, tirando fotos.
Aí a gente olha para o lado e vê que há uma subida enorme, para se ter enfim a visão derradeira da região. Esta parte é uma pequena maratona. Que fizemos em uma hora de caminhada! Montanha acima.
É uma subida linda, bela, esfuziante. A cada passo que se dá, ficando mais alto, a gente vai ampliando a vista, vendo coisas antes não percebidas. Num certo momento se vê o mar ao longe e os prédios da cidade de Torres, litoral gaúcho, lá embaixo!
Continua-se a caminhada e então se chega ao topo da montanha!
Um verdadeiro show da natureza. Uma loucura. Para quem acredita nele (como eu), uma verdadeira obra-prima de Deus!
Fica esta singela dica. Suba a serra. Saindo de Porto Alegre, vá a Taquara, suba a São Francisco de Paula, e dali suba mais 67 quilômetros de excelente asfalto até Cambará. Lá há várias possibilidades de turismo, gastronomia, passeios. Se puder, agende uma Van e vá até o Canyon Fortaleza. Leve sua máquina de fotos e gaste lá suas baterias.
Eu estava sem a minha, mas nosso amigo Paulinho fez as vezes de fotógrafo. Como se pode ver nesta foto aqui colocada.
Silvano – inquieto


SABE O BOLO NA CANECA?
Causou um verdadeiro frisson na rapaziada. Recebi e-mails e contatos telefônicos elogiando a receita, adorando o preparo simples, a facilidade de se deliciar. Parabéns à leitora Claudete, que foi quem enviou a receita e as fotos.


07/08/2008

Leitor manda Dica de Filme


Olá Silvano! Dias frios e uma das melhores programações para a "agitada" Santo Antônio continua sendo assistir um bom filme em casa acompanhado de um vinho. Dias atrás vi um que vale a pena locar, principalmente para os que os que apreciam um pouco o cinema francês. Trata-se de Angel-A, de roteiro, direção e produção de Luc Besson. O filme, embora rodado em preto e branco, tem uma bela fotografia. Trata de um baixinho neurótico e malandro, André (Jamel Debbouze), que se encontra endividado e é intimado por criminosos a saldar sua dívida. Para por fim a perseguição que sofre dos bandidos, ele resolve se saltar de uma ponte. No entanto, quando tenta fazer isso ele encontra uma linda e misteriosa loira pretendendo fazer a mesma coisa, que acaba sendo salva pelo malandro. Ela é Angela (Rie Rasmussen) e decide retribuir a ajuda de seu salvador. Os dois passam a noite tentando resolver seus problemas e acabam descobrindo que ambos têm muitas coisas em comum. É uma comédia romântica com momentos divertidos, tocantes e com ótimos diálogos. Vale a pena, principalmente para fugir da mesmice hollywoodiana.
Flávio Rogério - de Santo Antônio

01 agosto 2008

Dica de DVD

DICA DE FILME – ANTES DE PARTIR
Um leitor (Conrado) já houvera me falado deste filme. Hoje chegou a dica dele para o mesmo. Acontece que ontem de noite vimos o DVD com este belo filme. Reunindo dois “monstros sagrados” do cinema, o diretor Rob Reiner traz aos nossos olhos a emocionante história de dois pacientes terminais que, diante do que os espera (a morte em torno de seis meses), decidem dar uma zerada na vida! Um é interpretado por Morgan Freemann e o outro por Jack Nicholson. O tema é por demais interessante, essa coisa de repensar toda uma vida atinge a todos nós. Trata-se de um filme “barato”, custou “apenas” 45 milhões de dólares. O centro de toda trama é um papel amarelado, amassado, que um dos personagens introduz na história lá pelas tantas. É uma curta lista de coisas que ele ainda teria que fazer ANTES de morrer. E talvez aí esteja o nome do filme em inglês (The Bucket List seria algo como “A Lista Derradeira”). O outro personagem se toma por este espírito e, juntos, eles partem para pôr em prática os itens que estavam escritos.
Filme, terno, bonito, doce, deve ser visto sim. O que não impede que ponderemos algumas coisas. O multi-consagrado Jack Nicholson está definitivamente atrelado a um estereótipo. Vê-lo bradando com os outros, xingando, vociferando, é coisa que a gente vem fazendo faz mais de dez anos. O outro também está nisso. O Morgan Freeman é aquele negro velho, sereno, correto, justo...exatamente como ele vem atuando faz mais de dez anos. Mas tudo bem. Isso não diminui tanto o valor do filme!

Uma ótima curiosidade neste filme é ver o ator Sean Hayes, aquele que interpreta o gay mais afetado de todos os seriados norte-americanos, o JACK de Will & Grace. Neste filme ele interpreta um homem, em princípio heterossexual, o que mostra sua capacidade dramática. A mim surpreendeu! Se bem que tem uma cena rápida, onde ele entra numa sala carregando um monte de papéis, pastas, etc...na qual ele dá uma, digamos assim, “escorregada”. Mas o cara engrandece o filme!
Boa pedida para este fim-de-semana. Nota: 8,5 !
Silvano – cinéfilo de meia-tigela

Título Original: The Bucket List
Gênero: Comédia Dramática
Tempo de Duração: 97 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Direção:Rob Reiner


MAS E O LEITOR, AFINAL DE CONTAS?
Claro, aqui está a dica enviada pelo leitor:
Caríssimo Doutor...O filme é uma lição de vida, envolvente, em certos momentos chega ser engraçado (apesar do gênero), emocionante, o elenco é de primeiríssima e a produção não fica pra trás em nada. Daí já se sabe no que vai dar né...!! Filmão...!! É um belo programa para finais de semana ou noites monótonas entre segunda e sexta-feira. Ah... já ia esquecendo da nota. Acho que vale um 9,0... hehehehe...!! CONRADO CALETTI