29 março 2008

Conto de Outono


EU BEM QUE TENTEI....
...mas quando me dei conta vi que foi tudo em vão. Eu me prometi: - Não vou fazer isso de novo! E veja que para fazer esta autopromessa, este verdadeiro compromisso entre mim e mim mesmo, foram necessárias várias etapas. Eu tive que mergulhar em meu íntimo, valer-me do trampolim do desespero e mergulhar em direção ao fundo de minha própria personalidade. E olha que eu tive medo, vislumbrei o trampolim meio de lado, apalpei-o, senti a textura da madeira áspera. Sim, o meu trampolim ainda é feito de madeira. Aí eu subi nele titubeante, andei a passo de formiguinha, cheguei na beira, me embalei , tomei impulso e, suando frio, me joguei. Quando aquele sábio da antiguidade disse CONHECE-TE A TI MESMO, no meu caso ele estava dizendo uma maldição, não uma orientação. Para mim, era melhor que este conhecimento não tivesse chegado nunca. Ao descer em direção ao fundo do meu ser, as coisas que eu vi não foram nada alentadoras. Se se considerasse tal descida como um filme de cinema, a coisa estava mais para roteiro do Stephen King do que para Woody Allen. As faces aterrorizantes, os gritos alternados com silêncios profundos, os saltos na escuridão, tudo isso estava lá. Mas eu continuei a descida. E enquanto caía repetia para meus próprios ouvidos escutarem: - Não vou mais fazer isso...não vou mais fazer isso, não vou mais fazer isso... As paredes úmidas e frias deste poço lúgubre em que eu me meti, apenas ecoaram meu tênue pedido. Mas nada nem ninguém respondeu. Até porque não havia quem respondesse. Só havia uma pessoa. E este alguém era eu mesmo. Está lembrado? - eu estava entrando era na MINHA intimidade, no pântano movediço de minha personalidade. E neste ambiente sufocante só havia espaço para uma pessoa: - EU. Eu e meus traumas. Eu e minhas derrotas anteriores. Eu e meus amores. Eu e minhas dores. Passei por uma pequena saleta, bem arrumadinha, clara, colorida, a Sala de Minhas Conquistas. Ambiente pequeno, acolhedor, coisa de metro e meio por metro e meio. Nada mais que isso. Saí logo dela, tão poucas eram as conquistas e vitórias ali guardadas. Andei adiante e o ar se transformou. Entrei no Salão de Minhas Derrotas. Sim, um enorme salão, do tamanho de um ginásio de esportes. Ali, postadas lado a lado, todas as minhas derrotas. As promessas não cumpridas, as mentiras, os fracassos empilhados. Parece mentira – pensei logo, mas fui eu quem empilhou tudo isso por aqui. Sim, a primeira dieta que comecei, ainda adolescente, estava ali. Como uma folha de papel amarelada, carcomida pelo tempo. As tentativas de ser uma pessoa melhor, uma ao lado da outra, ali guardadas. As iniciativas todas, as promessas das segundas-feiras, os compromissos. Caminhei por entre tudo aquilo e fiquei pasmo comigo mesmo. Uma campainha começou a soar. Um som meio perdido, vindo de longe, e por algum motivo eu sabia que aquilo era o sinal do tempo. Era chegada a hora de voltar. Subir, sair dali, retomar. Mas...engraçado...o som daquele alarme me era tão familiar. Pareceu-me que já o tinha ouvido tantas vezes, era quase que música para meus ouvidos. Chegando mais na superfície, dei-me conta do porquê de eu conhecer o som. Ele vinha do estômago e era o aviso da fome. Abri os olhos, as lágrimas tinham molhado a camisa. A luz do mundo real quase machucava os olhos. Respirei fundo. Olhei em volta.
E então, contrariando o que prometera, tomei de um enorme Ovo de Páscoa, abri o papel e comecei a comer. Para nunca mais parar.
É...eu bem que tentei....
Silvano – 29/03/2008

27 março 2008

Coisa de Gordo - 369


369 – COMENDO NAS ALTURAS
Os caras já não têm mais o que inventar. Que coisa maluca. Já tinha recebido este e-mail um tempo atrás, dia desses recebi de novo. Trata-se de um suposto restaurante na Bélgica, onde as pessoas são içadas a uma altura enorme para lá em cima, nas alturas, comerem os pratos de suas escolhas.
Imagino que o público freqüentador seja bem limitado em seu número. Começo pelo mais óbvio. O medo de altura. Eu que evito andar até em Montanha Russa falo com propriedade. Não apenas tenho medo como enjôo em tais brinquedos de Parques de Diversão. Então eu já me coloco fora do tal restaurante. Só que não sou só eu. Muita gente tem medo de altura, o que nos remete ao bom e velho instinto de preservação. É uma coisa óbvia, a gente tem que temer a altura para poder ficar vivo mais tempo. Não é uma fobia, é só preservação da vida.
Aí os caras resolvem fazer essa maluquice, abrindo mão de toda uma clientela que não vai se arriscar a subir tão alto em nome da gastronomia.
A idéia é simples. Um poderoso e enorme guindaste levanta uma espécie de plataforma lá para o infinito dos céus, levando uma mesa, os equipamentos de preparo da comida, as bebidas, o cheff, a equipe do cheff, e por fim as vítimas, digo, os fregueses.
Você escuta falar do troço, um dia um amigo o leva até lá, você espera na fila meio incrédulo, quando se dá conta o chão está desaparecendo debaixo dos seus pés e aí já é tarde demais para descer. E o pior é que deu aquela vontade de fazer xixi. E vem até uma dor de barriga. Cadê o vaso sanitário? Meu Deus – você balbucia – no que eu fui me meter?
Outros fatores por certo devem somar-se ao que descrevi até aqui. Por exemplo, a proximidade com um aeroporto. A cada Boeing que aterrissa suas orelhas vão encolhendo. Outro fator é uma coisa chamada vento. O troço vai subindo, subindo, começa aquela brisa mais fresca, quando chega lá no alto você percebe que não dá para deixar um guardanapo solto que a ventania carrega. Você começa a suar frio, o que passa despercebido aos outros, pois o vento é mais ágil em secar o seu suor do que a percepção dos convidados. Em meio à tragédia, surge uma pequena vantagem, um breve ganho secundário. Aproveitando o vento, e sem poder ir ao banheiro por causa daquela dor de barriga, você vai soltando gases que se diluem em meio ao quase-tornado que os envolve. Pobre das águias e dos condores.
Aí a plataforma começa a sacudir de um lado a outro, e você lembra de que logo vai estar enjoado. Que belo almoço o aguarda. De fato.
Só isso? Claro que não. Com a vibração, os cabos que prendem vocês por lá começam a “gemer”, a fazer barulhos os mais estranhos, ao que o Cheff tenta acalmar a todos, afirmando que aquilo é perfeitamente “norrrrmal” (carregando nos erres). Normal nessa hora seria você ligar para o Corpo de Bombeiros, a Samu, o Papa ou a SWAT e pedir uma equipe de resgate. Você só não faz isso por medo de derrubar seu celular lá de cima.
Por fim. As fotos são impressionantes. A altura é enorme. Parece que é na Bélgica. Esteja a gosto. Eu, de minha parte, ficarei com os pés bem no chão. Não vá vomitar na minha cabeça...
Silvano – que cara enjoado


27/03/08

26 março 2008

Comendo nas alturas



O email anda circulando já faz um tempo e dá conta de um suposto RESTAURANTE NA BÉLGICA. Os caras enlouqueceram de vez e resolveram montar uma plataforma a ser elevada aos céus por um guindaste. Lá nas alturas, os malucos, digo, fregueses, se deleitam nas delícias culinárias. Confira as imagens impressionantes e tente responder algumas perguntas. Por exemplo: Qual o peso máximo para os convivas? Não me parece haver nenhum gordo sentado na mesa. Outra coisa? Cadê o banheiro? Mais uma dúvida: - O fato de se fazer o troço na frente de uma Igreja tem algum significado? Já se vai direto para o céu? Bom, chega de dúvidas. Aproveite as imagens. E se imagine comendo nas alturas. Silvano - voando alto

Comendo nas alturas





No centro da plataforma, os artistas da culinária preparam sua arte. Ao fundo, um telão. Luxo e ostentação nas alturas.



















Pensa o cara: - Eu vou mais é me embebedar. Tô achando que esta é uma viagem só de ida...











Comendo nas alturas





Ai, e se eu derrubar o guardanapo ou o celular?











Será que venta muito aqui em cima?


















Ah, se o Bin Laden descobre este "alvo nas alturas"...





Comendo nas alturas





Digamos que o guindaste é de fato, bastante alto.











O que se pode confirmar nesta outra foto. Levanta isso aí, malandro...

Comendo nas alturas



O garçom diz: - Vai , magrão, come logo e não resfolega. E quanto àquela tua perguntinha idiota sobre onde está o pára-quedas...há...ele não existe.

Comendo nas alturas



Olhe as caras dos sujeitos. Este cara aqui do canto está se perguntando: -Onde será que a gente faz xixi? A mulher ao lado dele tenta aparentar calma e se pergunta: - O que que eu tô fazendo aqui? A outra do lado dela procura nervosamente o celular para se despedir dos filhos.... E enquanto isso...o piano toca ao fundo.

Comendo nas alturas



Isso, aproveita para comer antes de morrer..vai...serve logo...

20 março 2008

Coisa de Gordo - 368


368 – CALCULANDO A PÁSCOA
Uma amiga e leitora (Mara) me faz voltar no tempo, pedindo que eu comente aqui o porquê das diferentes datas de Carnaval. Num ano é mais cedo, noutro é mais tarde. Já escrevi sobre este assunto nos tempos do SITE, o que não impede que eu volte a debater o tema de novo.
Já naquela ocasião me vali do livro do Marcelo Duarte, O GUIA DOS CURIOSOS, verdadeiro manancial de cultura inútil, um dos meus hobbies favoritos. Lá, na página 386 está escrito: Como calcular a Páscoa?
Opa, dirá você, mas a leitora perguntou sobre carnaval. Calma, é que as datas estão intimamente relacionadas. Determinando o dia do domingo de Páscoa, você volta quarenta dias (a quaresma) e tem a quarta-feira de cinzas. Logo, quarenta e três dias antes temos o Carnaval. Esta a dica que está no livro e que gerou uma pequena dúvida em mim. Explicarei logo abaixo.
A palavra Páscoa significa “passagem” e alude àquela famosa travessia que o povo hebreu fez no Mar Vermelho, fugindo da escravidão no Egito.Com este sentido, a Páscoa foi instituída no ano de 1513 A.C. e continua sendo festejada pelos judeus, só que noutra data. Tudo isso está lá neste livro que citei.
A Páscoa cristã significa a ressurreição de Jesus e é festejada noutra data, que foi determinada pelo Papa Gregório XIII no ano de 1582. Ela se dá no primeiro domingo depois da lua cheia que ocorre em 21 de março ou depois disso. De tal sorte que o domingo de páscoa nunca será antes de 22 de março, nem depois de 25 de abril. A quarta-feira de cinzas se dá 46 dias antes da Páscoa, a terça-feira de carnaval se dá 47 dias antes. Isso está no site da UFRGS, na parte de astronomia. Esta conta dá certo!
Mas e o cálculo da data? Vamos aos fatos.
Para calcular o dia da Páscoa, divida o ano por 19, some 1 ao resto da divisão e você terá o chamado “número dourado”. Ele mostra a data da lua cheia pascal. Por exemplo, dividindo o ano de 1995 por 19 dá 105. O resto é zero. Some 1 a este zero e o resultado será 1. Procure a data no número 1 da tabela abaixo, que calcula a Páscoa de 1900 a 2199. A Páscoa é festejada no domingo seguinte.
Ufa, agora entendo o que os padres fazem nas horas vagas. Inventam regras as mais malucas e depois gastam seu tempo calculando o resultado dessas regras.
Ah, sim, a tabela secreta:
Número Data
1.........................................14 de abril
2.........................................3 de abril
3.........................................23 de março
4.........................................11 de abril
5.........................................31 de março
6.........................................18 de abril
7.........................................8 de abril
8.........................................28 de março
9.........................................16 de abril
10.......................................5 de abril
11.......................................25 de março
12.......................................13 de abril
13.......................................2 de abril
14.......................................22 de março
15.......................................10 de abril
16.......................................30 de março
17.......................................17 de abril
18.......................................7 de abril
19.......................................27 de março
Fui testar esta truncada fórmula para a Páscoa deste ano. Impressionante, deu certo. Você acha isso pouco importante? Lembre que todo o Carnaval do Rio de Janeiro, bem como o do resto do mundo, depende deste singelo cálculo. Viu só? Até isso está nas mãos da Igreja. Vejamos este ano.
Pegando 2008 e dividindo por 19 chegamos a 105, sendo o resto 13. Somando 13 com 1, temos o número 14. Olhando na tabela, 14 indica a data de 22 de março (sábado próximo). O domingo seguinte é o domingo de Páscoa (23 de março). Na mosca!
Partindo de 23 de março, fui contando para trás no calendário. Usando a dica do livro do Marcelo Duarte (voltar quarenta dias para chegar à quarta-feira de cinzas) chega-se ao dia 12 de fevereiro , o que está errado. Mas usando a dica da URGS (quarenta e sete dias antes) chega-se ao dia 5 de fevereiro, o que dá certo. Mas o resto da fórmula toda está certo, incluindo a tabela ali acima. Pode guardar, usar e calcular.
Não sei bem para quê.
Silvano – o rei da cultura inútil


NÃO DAVA PRÁ TER FALADO DE BACALHAU?
Claro, claro! Amanhã, dia santo para os católicos, estarei degustando as artes culinárias do Flavinho, meu cunhado, especialista em animais e frutos do mar. Mesmo não sendo católico, entregar-me-ei a este ritual tão difícil de ser cumprido. Mandar bala num peixe frito, destroçar camarões graúdos, abocanhar lascas enormes de bacalhau. Estes católicos......


MAS E COMER CARNE?
Comeria e como com o maior prazer. Aliás, ano passado comemos um delicioso churrasco no litoral gaúcho, num alegre encontro com amigos. Vai ver que é por isso que sou amaldiçoado. A maldição de viver numa boa e tentar ser feliz.


20/03/08

14 março 2008

Coisa de Gordo - 367


367 – Plantão Calórico
Nessas correrias de feriados, andei desbravando certas terras desconhecidas, algumas cidades novas e me dediquei a fazer alguns plantões, aqui e ali. Estando em tais locais de trabalho, mergulhado nas rotinas de Postos de Saúde, Hospitais e congêneres, percebi uma coisa que me soou familiar. Sim, é algo que eu já sabia, mas meio que tinha esquecido.
Fazer plantão engorda!
As horas vão se sucedendo, as situações se apresentando, e as pessoas que trabalham assim buscam certos subterfúgios para ficarem acordadas. Ou pelo menos, mais atentas. Elas passam a comer!
Cena comum no meio de uma madrugada é alguém tirar do bolso um pacote de Bolacha Recheada, um pacotinho de Elma Chips, uma caixa de Bis Lacta e outros recursos mais. Aquela lerdeza das quatro da manhã, aquilo que alguns chamam de “lombeira” é muito bem combatida com coisas calóricas.
De tal sorte que é comum as pessoas que trabalham em ambientes assim (hospitais, clínicas, etc) acabarem por engordar. Perceba então que se o regime de plantão, ou o regime de trabalho noturno já contém em si um quê de insalubridade, dever-se-ia acrescentar a isso esse risco adicional. Comer demais. Comer mal. Comer em excesso.
Ninguém que esteja de plantão pensa em comer alface ou chá de acelga. Não, isso está fora de questão. O que se pede para comer nessas horas é Cheese-Bacon, Prensado reforçado, Batatas Rufles. Tudo isso regado a Coca-cola (que raramente é light). Os funcionários buscam um refri para beber e quase nuna se lembram de trazer um light. Pode ser que alguém da turma não goste. O refrigerante normal, doce, bem calórico, é quase que regra, portanto.
Voltei no tempo, época em que era bem mais jovem e lembrei de quando trabalhava no Pronto Socorro Cruz Azul, em Porto Alegre, ainda como interno. Uns meses depois voltaria para trabalhar com médico. Numa certa noite, movidos por este desejo intenso de comer madrugada adentro, um médico de plantão na Clínica Geral (o Dr. Tita – apelido carinhoso de um atualmente renomado cirurgião de cabeça e pescoço) cumpriu uma coisa que prometera em ocasião anterior. Ele dissera que traria uma forma inteira de Pimentões Recheados, uma especialidade culinária da mãe dele. Altas horas, da noite, o movimento mais calmo, ele foi na casa da mãe e trouxe o prato. Loucura total, delícias a mil no meio da madrugada. Lembro de comer aquele saboroso Pimentão Recheado. E lembro que havia uma euforia no grupo, os médicos, os internos, os funcionários, motoristas, enfim, todos confraternizando no meio da noite.
Isso é uma coisa interessante. Com o passar das horas as classes sociais vão se diluindo, as estranhezas vão sumindo e formam-se bons grupos de trabalho, grupo de parceiros, amigos.
Volto aos tempos atuais, recordo de outro plantão que andei fazendo, vinte e quatro horas, meio de um feriado. Chegada a hora do almoço, os funcionários se reuniram e combinaram de fazer um churrasco. Fizeram uma vaquinha, compraram uma carne simples, mas deliciosa, associaram uma salada de maionese e um arroz. Pronto. Estava feito o banquete. Enquanto atendíamos os pacientes do final da manhã, os vigilantes e motoristas assavam a carne nos fundos do Posto. Foi um dos melhores almoços que lembro em tais locais. De dar água na boca!
Eis a constatação. Fazer plantão engorda! E não pense você que isso se restringe à área médico-hospitalar. Tem muita gente que faz plantão por aí e incorre no mesmo risco. Pessoas de informática, mantenedores de sistemas computadorizados, verdadeiros vigilantes da tecnologia. Também eles comem noite adentro. E por aí afora, temos os vigias, os policiais e tantas outras classes profissionais. Dê uma conferida na circunferência abdominal de tais servidores. Frequentemente estará acima do esperado.
Fazer o quê? Ficar acordado dá trabalho....
Silvano – com sono mas sempre com fome


OS OVOS DE RAPADURA ESTÃO BOMBANDO
Sabe os Ovos de Páscoa feitos de rapadura que citei em linhas abaixo? Viraram mania, estão bombando. Não perca seu tempo, faça uma páscoa diferente. Além dos Sonhos de Valsa e Diamantes Negros, incremente sua festa com Ovos de Rapadura.
Você vai gostar. Como diria o “Seu Creysson”....eu agarântio!


14/03/08

12 março 2008

Receitas On Line


Recebo comunicação de um site muito legal, chamado RECEITAS SIMPLES E RÁPIDAS. É um site de receitas culinárias super-completo, bem variado. Há toda uma série de categorias já na página de abertura, quais sejam: Bebidas, Carnes/Aves, Churrasco, Diet, Doce, Entradas, Lanchonete, Leite e Derivados, Molhos, Pães, Papinhas para bebês, Pastas, Peixes, Risotos, Saladas, Sobremesas, Sucos, Sopas e (UFA!) Vegetarianas. Clicando em qualquer uma delas, você é direcionado para um lista, escolhe o que quer e clicando no título acessa a receita completa. E ainda por cima Simples e Rápida.
Pelo linguajar, cheguei a pensar que se tratasse de um site português, mas entrando em contato com seu mantenedor descobri que o cara é daqui mesmo. O nome do autor é Rodrigo, apelido Kaneda, e ele informa que as receitas são enviadas por internautas. A coisa toda é mantida a partir de Ribeirão Preto-SP.
Está dada a dica, portanto. Vale a pena o passeio.
http://www.receitassimples.com.br/
E numa hora de aperto, jantar marcado de última hora, visitas inesperadas, tentativas de impressionar aquela vizinha...já sabe, é só dar uma clicadinha aqui ao lado e se deliciar.
Vou deixar o LINK na minha lista de imperdíveis aqui ao lado.
Silvano - aprontando

10 março 2008

OVO DE RAPADURA?


A Páscoa se aproximando, você deve estar atarantado(a) atrás de ovos de chocolate, barras da Nestlé e outras coisas mais. Pois sempre há uma novidade para rechear a sua Páscoa! Nossas amigas do ARMAZÉM URBANO, loja aqui de Santo Antônio, estão oferecendo para esta Páscoa uma coisa inédita, inusitada, sensacional.
Acredite, você pode comprar para a Páscoa um OVO DE RAPADURA!
Confesse que esta você nunca tinha visto. Os caras inovaram e estão aproveitando para juntar duas culturas. Santo Antônio é a Terra da Rapadura. E são tempos de Páscoa. Pois agora tais coisas se sobrepuseram.
Os ovos são deliciosos, e vêm em três versões:
- Leite Condensado com Coco;
- Rapadura Especial;
- Pé-de-Moleque com açúcar mascavo.
Todos são de rapadura! O formato é aquele padrão de ovos. Pesam 500g. E agora o preço. Segure-se diante do monitor. Você não vai acreditar. Cada ovo custa 10,00 !
Vá correndo comprar os seus ovos de rapadura. Pessoas de fora podem tentar encomendar por telefone. O número é (51) 36621438. Fale com a Márcia ou a Cléia. E garanta uma páscoa diferente para os seus.
Como diria o Walter Mercado..... “ligue djá!”.
Silvano - adocicado

06 março 2008

Coisa de Gordo - 366


366 – Reticências
A língua portuguesa, essa nossa idolatrada, tem seus encantos e alegorias. Nós que nos dedicamos a ler sabemos bem disso. E se nos dedicamos a conversar também nos defrontamos com isso. Ela oferece palavras as mais variadas, as mais belas, tem verbos e advérbios inigualáveis. E paralelo a isso, essa mesma senhora sedutora (a “última flor do Lácio”) traz algumas armadilhas.
Sim, quem nunca deu uma escorregada no português? Todo mundo já deu!
Quando mais jovem, a gente tropeçava até no uso da crase. Com o tempo os erros ficam mais profundos. Concordâncias e sintaxes mal-feitas passam a nos assombrar. Metáforas mal utilizadas batem à nossa janela.
Modismos vêm e vão, como as ondas da Praia de Garopaba (idéia fixa), de tal sorte que ninguém mais agüenta o “gerundismo” que andou invadindo os textos e conversas telefônicas. “Eu vou estar ENVIANDO o documento amanhã!” Eu pessoalmente vou estar JOGANDO o telefone na cabeça de quem continuar falando assim.
E por fim há as armadilhas da língua. Os desvios, os descaminhos, as vielas úmidas e tortuosas e até as areias movediças estão ali, no cenário de quem fala ou escreve.
Uma dessas armadilhas fazia e faz parte de meu dia-a-dia, coisa que uso muito em meu ambiente de trabalho. E olha que eu nem sabia dos riscos que estava correndo. Estou falando das reticências...sim...esses simpáticos três pontos sucessivos dos quais tanto me sirvo. Imaginava que elas eram usadas como um recurso de preguiça, a gente já tinha escrito a frase toda, faltava uma palavra e aí encerrava com elas, as reticências.
Usei de tal estratagema até o dia em que debati tal assunto com uma amiga minha, psicóloga de muitas luzes, doutorada em Lingüística, que me advertiu dos riscos das reticências. As reticências, alertou-me ela, abrem portas para qualquer coisa. Você escreve uma coisa e ao colocá-las no texto, permite que a pessoa que está lendo preencha o espaço com o que ela bem entender.
Fiquei intrigado com aquilo, mas acabei percebendo a veracidade de tal afirmação. Sim, amigo(a), as reticências são algo como uma areia movediça da língua portuguesa.
No meu labor, ia prescrever uma receita para uma criança com febre, resfriada e colocava assim:
REMÉDIO TAL........................1frasco
Dar 15 gotas via oral de 8/8horas, para resfriado, gripe.....
Percebeu o risco? A mãe do Fulaninho podia preencher a frase com o que ela quisesse. Ela pensaria: “Posso dar esse remédio para gripe, resfriado, visita da sogra e TPM!” Pronto, estaria feita a confusão.
Você deixa um bilhete ou manda um bilhete para seu chefe dizendo: “Romualdo, não pude ficar até a hora da reunião. Não deu....”
Aí o tal do Romualdo pode preencher a frase com “...para agüentar esta tua cara de canalha. Fui embora para casa assistir a Sessão da Tarde”. Viu só o tamanho da confusão?
Sua vizinha de prédio, aquela loura escultural, lhe pede que a auxilie na montagem de um armário novo. No bilhete que ela deixa sob a sua porta está escrito: “Oi, vizinho. Você poderia me ajudar a montar um armário novo que comprei? Traga martelo, chave de fenda e furadeira que o resto eu providencio...
Você enlouquece, uiva virado para a lua, toma uns três banhos, se cobre de perfume, enche o bolso de camisinhas e bate à porta dela. Ela abre a porta com um bebê no colo, mais dois gêmeos fazendo barulho e a avó por perto. E ao vê-lo, diz: “Que bom que você trouxe tudo. Os parafusos e as buchas eu comprei. Pode entrar.”
Viu a confusão na qual você quase se meteu? Disfarce esse volume sob a calça e trate de marcar os buraquinhos na parede. E cuidado para não furar nenhum cano de água! Bonitão, hein, crente que ia dar um malho na louraça. Tudo culpa das reticências, tudo culpa das reticências...(ih, olha elas aí!).
Pelo sim, pelo não, cuidado com o uso delas. Dão um charme ao texto, dão até um certo ar de mistério. Mas abrem porta para as maiores confusões.
Silvano – reticente... (mas vem cá, eu não acabei de avisar?)



BANRISUL – a resposta
Comentei aqui acerca da campanha que deflagrei junto ao Banrisul para que eles abram uma Agência em Garopaba de dezembro a março, que é para a gauchada gastar mais, mas gastar bem. Enviei e-mail ao FALE CONOSCO e veio esta resposta, que, por decência, transcrevo aqui: Prezado(a) Cliente, agradecemos o acesso ao nosso site. Em atenção a sua mensagem, informamos-lhe que O Banrisul disponibiliza durante o período de veraneio diversos equipamentos de auto-atendimento no litoral Gaúcho e Catarinense, neste ano em Garopaba disponibilizamos uma segunda máquina na Feira de Verão, sendo que a do Super Silveira opera o ano todo. Informamos, ainda que, neste período estes equipamentos são totalmente terceirizados não exigindo envolvimento por parte dos empregados da agência Tubarão. Neste ano de 2008 o Banco está pondo em prática Projeto de Expansão para Santa Catarina onde estamos avaliando, tecnicamente e economicamente, os locais a serem contemplados com novos pontos de atendimento. Além disto, o Banco está executando parcerias com estabelecimentos comerciais onde serão disponibilizados correspondentes bancários, locais em que nossos clientes poderão efetuar pagamentos de contas e encargos, saques e depósitos. Leonardo Lucas – Analista Banrisul S/A - Unidade de Gestão Corporativa


A CAMPANHA CONTINUA NO AR
Acesse a página do Banco, vá ao FALE CONOSCO e peça para abrirem uma agência em Garopaba. Quando estiver veraneando lá na próxima temporada, você vai lembrar de mim.


ENQUANTO VOCÊ ESTIVER LENDO ESTE BLOG...
...eu estarei junto ao Mestre da Janela (Costela Bovina assada inteira), o Professor Zeca e sua esposa Sônia. Retorça-se de inveja, morda o lábio de fome, enquanto eu me atraco naquele costelão. Sim, fui convidado. Que janta a me esperar!!


06/03/08

04 março 2008

O Poeta



Você já tem lido algumas poesias dele. Agora associe o texto com a figura humana. E entenda porque o cara é inspirado. Camiseta branca (será que seria Hering?), jaqueta no braço, e a mais bela paisagem do mundo ao fundo, o poeta FLÁVIO TESSER diz a que veio.

Um dia...ainda quero fazer uma foto dessas...será que vai ser nesta vida?

Silvano

Um livro: A DANÇA DO UNIVERSO


Sempre fui um pouco descrente com essas celebridades que vêm a público para falar de seus conhecimentos. Por exemplo, o Dráuzio Varela não é o médico mais ilustrado para falar de medicina. No entanto, ele é quem está na mídia. Acaba que ele é que vai ser ouvido.
Já me disseram o mesmo acerca dos livros do Peninha, essa série de livros sobre História do Brasil que vende aos borbotões. Antes havia todo um preconceito sobre História do Brasil, a gente gostava mesmo é de estudar História Geral. Pois o Peninha (Eduardo Bueno) meio que mudou essa coisa, trazendo interesse e IBOPE aos fatos ocorridos em terras brasilienses. Um amigo meu, historiador, já comentou comigo que no meio especializado o Peninha não é muito considerado. Ele é inscrito naquela classe de jornalistas que adentram a seara dos historiadores. E no entanto, seus livros vendem como água e ele é que está na mídia.
Na esteira deste processo (olha o cacoete de linguagem aí, gente), quero comentar hoje um belo livro do Marcelo Gleiser. O Gleiser é um físico, professor de física e astronomia nos Estados Unidos, que de uma hora para outra ganhou um quadro no Fantástico, passando a ilustrar as noites da rede Globo. Virou celebridade. Está na mídia.
Há outros livros dele, mas quero falar de A DANÇA DO UNIVERSO. Livro instigante, ágil, divertido, e que traz embutido em si algumas preciosidades. Coisas que a gente nem imaginava. A proposta geral do livro é partir de conceitos antigos do Universo e chegar até o conceito atual, sua origem e seu fim. Iniciei, portanto a leitura, imaginando que viajaria por entre nebulosas e galáxias perdidas, volitaria por entre galáxias transversas e estudaria a intimidade de sóis e cometas longínquos. Mas não foi isso que aconteceu.
O livro abre com o Mito da Criação e imediatamente nos leva a um passeio pela história da Filosofia. Claro, o enfoque é sempre esta questão da Terra e do Universo, mas acaba que o autor nos dá um cronograma delicioso sobre a Filosofia ao longo dos tempos. Ele parte lá dos gregos antigos e vem vindo, falando de um por um, descrevendo detalhes.
Aliás, eis outra qualidade deste livro. Quem o lê tem a impressão de uma certa intimidade entre o personagem citado e o autor do livro. O Marcelo Gleiser comenta coisas da grande e da pequena vida dos caras. Fala dos feitos famosos, mas comenta também as picuinhas, as antipatias, os chiliques de ciumeira tão comuns entre gênios e cientistas.
E assim a gente vem aprendendo um monte sobre Filosofia ao longo da História da Humanidade. Com diagramas ilustrativos e tudo o mais.
No passo seguinte ele nos leva, então, aos dados históricos sobre cientistas. E aí vêm aos nossos olhos os dados de Galileus, Copérnicos e gente famosa mais. A história vem vindo, vem vindo, passa por Einstein e chega aos dias de hoje. Mais uma vez, a narrativa é recheada de casos pessoais, impressões maliciosas, disputas territoriais e outras vaidades. Mas acima de tudo paira a ciência humana, o saber da humanidade, numa espécie de desabrochar. As sombras da ignorância sendo retiradas do caminho do homem, passo a passo, projetando-o ao saber e saber e cada vez mais saber.
Não tem como na lembrar daquela frase do pensador que dizia algo como isso: - “Quanto mais sei tanto sei que nada sei!” Sim, esta é a situação da humanidade. A cada página virada, surgem centenas de outras. A cada passo dado em frente, mil caminhos se abrem.
Enfim, um livro dos mais interessantes. Na sua parte final, inevitavelmente o autor desemboca entre prótons e nêutrons, mas creio que isso era inevitável. Gosta-se mais, portanto, do terço inicial do livro, parece mais interessante. A parte final é interessante, mas pode entediar alguns mais distraídos.
Imperdível. Nota: 9,0!
Nas Americanas custa apenas 19,90.
Silvano – com a cabeça nas nuvens e nas estrelas