417 – CHORIPAN
Nessas épocas de praia e veraneio, a gente vivencia coisas as mais curiosas ali, na beira-mar. Os passeios, os banhos deliciosos, as coisinhas gostosas de se provar debaixo do guarda-sol. Estando mais uma vez em Garopaba-SC, rota inevitável de nossas últimas férias, pudemos de novo colher coisas novas na beira da praia.
Era um quente dia de verão e de veraneio. Houvéramos nos instalado na areia com o firme propósito de não precisar sair dali para almoçar. O que a praia nos trouxesse estaria bom.
Começamos por umas espigas de milho-verde. Passamos por pães de queijo. Depois demos um tapinha discreto numas iscas de peixe e até um espetinho de camarão andamos cutucando.
As horas tinham se passado, devia ser algo em torno de uma ou duas da tarde, a fome se instalara e deixara de ser crítica. Após essas horas sob o efeito do sol, do mar, do abafamento, algumas coisas da civilidade vão se perdendo. Aquela cocada que antes parecera meio mofada começa a ficar interessante.
Assim estabelecidos, eis que sentimos um cheiro delicioso no ar. Meu Deus – pensamos – quem é que está fazendo churrasco à beira-mar? Não era churrasco. Mas o cheiro lembrava as delícias da carne assada em brasas.
Fomos averiguar a fonte de todo aquele aroma, de onde será que emergia aquela fumaça enfeitiçada? Para nossa alegria, aproximava-se do grupo acampado um Carrinho com os dizeres CHORIPAN escritos do lado. Sim, os caras (eram dois) vinham vendendo Choripan ao povo da praia.
O Choripan é uma instituição nacional, é um quase churrasco. É aquilo que você vai improvisar na sua casa quando chegar uma turma grande para o almoço de domingo e no açougue mais próximo você só encontrar “lingüicinha” (para os gaúchos = salsichão). Aí você vai voltar prá casa com um monte delas, um saco de carvão e um monte de pão. Pronto. Você vai assar aquilo tudo na brasa e servir dentro dos pães. Será fácil, rápido e barato.
Voltemos à Garopaba. Os caras chegaram com a tal carrocinha deles e se propuseram a atender os pedidos de nosso grupo de amigos e familiares. Olha, deu até fila na areia.
Quero um, quero dois...eram os gritos esfomeados do grupo.
Obviamente pedimos um, e dois e vários, o que nos fez curtir o prazer daquela improvisada refeição.
Os ingredientes são simples. Abre-se o pãozinho ao meio, e ali, na fresta panina (inventei esta palavra agora) o cozinheiro vai deitando uma “lingüicinha” (salsichão), rodelas de tomate e rodelas de cebola. Até aí você por certo já se contentaria. Pronto – basta – já dá para comer.
Mas aí vem a magia.
O que dá o toque final, o diferencial, é o molho que os caras despejam sobre o preparado. O cozinheiro pegava um tubo desses de catchup e lavava o recém formado sanduíche com o tal molho. Era um líquido amarelado com pequenos grumos pretos (pimenta do reino?). Para ironia, na hora em que ele estava nos atendendo acabou o molho no tal tubo. Ele rapidamente virou para o auxiliar e disse: - Mais molho.
O cara então abriu uma portinha da carrocinha e ali dentro pegou um litrão PET cheio do tal molho. A garrafa era torta, gordurosa é claro, mas trazia dentro de si o molho mágico. Nossos convivas tentaram colher informações acerca daquele molho soberbo, mas o dono da carrocinha não falou nada sobre o assunto. Segredo industrial.
O que sei é que o tal CHORIPAN estava delicioso, saboroso, suculento, forte, bem temperado. Diria assim: - imperdível!
A foto ali ao lado mostra rudimentarmente as delícias dessa iguaria. Mas nela você perceberá a rusticidade e a consistência do tal sanduíche.
Maravilha. Já ficou na agenda para, a cada volta, pedir de novo.
Simples, rude, forte, “encorpado”. Delicioso.
Silvano – com os pés na areia
26/02/2009
Nessas épocas de praia e veraneio, a gente vivencia coisas as mais curiosas ali, na beira-mar. Os passeios, os banhos deliciosos, as coisinhas gostosas de se provar debaixo do guarda-sol. Estando mais uma vez em Garopaba-SC, rota inevitável de nossas últimas férias, pudemos de novo colher coisas novas na beira da praia.
Era um quente dia de verão e de veraneio. Houvéramos nos instalado na areia com o firme propósito de não precisar sair dali para almoçar. O que a praia nos trouxesse estaria bom.
Começamos por umas espigas de milho-verde. Passamos por pães de queijo. Depois demos um tapinha discreto numas iscas de peixe e até um espetinho de camarão andamos cutucando.
As horas tinham se passado, devia ser algo em torno de uma ou duas da tarde, a fome se instalara e deixara de ser crítica. Após essas horas sob o efeito do sol, do mar, do abafamento, algumas coisas da civilidade vão se perdendo. Aquela cocada que antes parecera meio mofada começa a ficar interessante.
Assim estabelecidos, eis que sentimos um cheiro delicioso no ar. Meu Deus – pensamos – quem é que está fazendo churrasco à beira-mar? Não era churrasco. Mas o cheiro lembrava as delícias da carne assada em brasas.
Fomos averiguar a fonte de todo aquele aroma, de onde será que emergia aquela fumaça enfeitiçada? Para nossa alegria, aproximava-se do grupo acampado um Carrinho com os dizeres CHORIPAN escritos do lado. Sim, os caras (eram dois) vinham vendendo Choripan ao povo da praia.
O Choripan é uma instituição nacional, é um quase churrasco. É aquilo que você vai improvisar na sua casa quando chegar uma turma grande para o almoço de domingo e no açougue mais próximo você só encontrar “lingüicinha” (para os gaúchos = salsichão). Aí você vai voltar prá casa com um monte delas, um saco de carvão e um monte de pão. Pronto. Você vai assar aquilo tudo na brasa e servir dentro dos pães. Será fácil, rápido e barato.
Voltemos à Garopaba. Os caras chegaram com a tal carrocinha deles e se propuseram a atender os pedidos de nosso grupo de amigos e familiares. Olha, deu até fila na areia.
Quero um, quero dois...eram os gritos esfomeados do grupo.
Obviamente pedimos um, e dois e vários, o que nos fez curtir o prazer daquela improvisada refeição.
Os ingredientes são simples. Abre-se o pãozinho ao meio, e ali, na fresta panina (inventei esta palavra agora) o cozinheiro vai deitando uma “lingüicinha” (salsichão), rodelas de tomate e rodelas de cebola. Até aí você por certo já se contentaria. Pronto – basta – já dá para comer.
Mas aí vem a magia.
O que dá o toque final, o diferencial, é o molho que os caras despejam sobre o preparado. O cozinheiro pegava um tubo desses de catchup e lavava o recém formado sanduíche com o tal molho. Era um líquido amarelado com pequenos grumos pretos (pimenta do reino?). Para ironia, na hora em que ele estava nos atendendo acabou o molho no tal tubo. Ele rapidamente virou para o auxiliar e disse: - Mais molho.
O cara então abriu uma portinha da carrocinha e ali dentro pegou um litrão PET cheio do tal molho. A garrafa era torta, gordurosa é claro, mas trazia dentro de si o molho mágico. Nossos convivas tentaram colher informações acerca daquele molho soberbo, mas o dono da carrocinha não falou nada sobre o assunto. Segredo industrial.
O que sei é que o tal CHORIPAN estava delicioso, saboroso, suculento, forte, bem temperado. Diria assim: - imperdível!
A foto ali ao lado mostra rudimentarmente as delícias dessa iguaria. Mas nela você perceberá a rusticidade e a consistência do tal sanduíche.
Maravilha. Já ficou na agenda para, a cada volta, pedir de novo.
Simples, rude, forte, “encorpado”. Delicioso.
Silvano – com os pés na areia
26/02/2009