271-O Frio e a SestaFalei aqui da relação do frio com as comidinhas de inverno, despertando apetites e fazendo acenderem-se fogões à lenha ao sul do Brasil. Hoje quero conversar sobre um outro hábito dos mais saudáveis e que, nesses dias mais frios, fica qualificado e mais prazeroso.
Falo da
SESTA. Sim, amigo(a), aquele gesto simples e confortável de dar uma dormidinha após o almoço. Costume arraigado em várias culturas, a sesta passou a se constituir em prescrição médica. Os médicos testaram e comprovaram que a pessoa que sesteia trabalha melhor durante a tarde, fica mais atento, fica mais calmo, se relaciona melhor.
Volto anos atrás, aos confusos e obtusos dias de minha existência pretérita, e me vejo na fronteira Brasil-Uruguai, na fazenda de minha avó. Íamos para a lida campeira, o gado, o campo, os cavalos. Voltávamos para o almoço e então, era decretada uma espécie de "
Lei do Silêncio". Até as três ou quatro da tarde, não era permitido fazer barulho, algazarra, trabalhar nem pensar! Os donos da casa e, principalmente os empregados, sesteavam abertamente. Sem a menor vergonha ou constrangimento. E eram, agora vejo, mais eficazes e mais felizes.
Volto aos dias de hoje. De uns tempos para cá, comecei a desenvolver essa atividade. Ou seria passividade? Após o almoço, tenho reservado cerca de trinta ou quarenta minutos em que, como dizem os pernósticos, "me entrego aos braços de Morfeu".
Comecei sesteando um dia em que estava com o sono atrasado. Gostei. Depois repeti por hábito. Gostei de novo. E então me tornei um
contumaz sesteador. Peço aos habitantes da casa que me permitam alguma reserva, solicito a alguém que me acorde dali a meia hora, por segurança. E então ligo um rádio bem baixinho, numa rádio qualquer (em geral Rádio Gaúcha - de Porto Alegre). Mas baixinho mesmo, quase inaudível. E mergulho nesse supremo prazer. Para arrematar, uma leve coberta, um acolchoado, algo assim. Passada a tal meia-hora, desperto e vou trabalhar mais alegre, disposto e feliz.
Lembro de meu Pai, no passado, que sesteava sem tirar o calçado, tomando o cuidado de colocar nos pés da cama um jornal, um pano, para não sujar a colcha. Sim, amigo(a), a sesta deve ser feita por cima da colcha. Não vale desarrumar a cama! No máximo se pode manusear o travesseiro. O quesito calçado é opcional. Uns dormem de sapato. Outros se descalçam. O que vale é o conforto do sesteador.
Li, certa vez, uma matéria do Luiz Fernando Veríssimo, em que ele comentava sobre um grupo de sesta em Porto Alegre, em que os elementos se despiam e colocavam PIJAMA para sestear. Fiquei impressionado com tanta dedicação. Como me esperam as atividades da tarde, pessoalmente prefiro ficar vestido. No máximo tirar o sapato para não sujar a colcha. E no verão, quando se sua mais, tiro também a camisa para não amassá-la.
Sim, amigo(a), se você ainda não é adepto, dedique-se a esse novo hobbie. Sua vida será mais calma, mais alegre, mais feliz.
Silvano - ressonando PALAVRA DA LEITORA
Oi Silvano,aqui não faz tanto frio como aí no Rio Grande mas já tive a oportunidade de sentir muito frio aí no seu estado. Em Gramado, Canela, Porto Alegre e até em Caxias do Sul. Aí o frio é de lascar e a melhor coisa para se fazer no frio é comer, já que todas as outras coisas boas dão preguiça. E você me deixou com a boca cheia d'água com as suas comidas deliciosas. Para mim também é um sacrifício fazer dieta no inverno, só pensamos em comidas e bebidas que nos aqueçam. E isso quer dizer altamente calóricas. Saladas nem pensar e frutas só se for no fondue de chocolate.
Falando em bebidas quentes, que tal um
chocolate com Rum, ou um
vinho quente temperado com laranja e canela, ou um
leitinho com conhaque e por cima raspas de chocolate? Ah, o leite pode ser desnatado (rsrsrsrsrsrs). Ainda tem o
quentão de morango que é uma delicia.
Não tem jeito, amigo, para fazer dieta vamos ter que esperar o verão onde teremos mais alguns quilos para perder. E agora já que você me lembrou, vou preparar um
ARROZ DOCE como o da nossa avó, cheinho de leite condensado e com uns biscoitinhos para acompanhar. Abraços.
Claudete - de Jundiaí - SP - atiçando a gula da rapaziada11/05/2006
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