16 julho 2009

Coisa de Gordo - 437


437 – ROLHAS
Fui falar em rolhas...
Recebi de meu amigo, o Chef Giordani, um breve relato sobre a coleção que ele mantém com as rolhas das garrafas que ele abriu. Por email, conversei com ele a partir do recado que ele deixou no post anterior. Ao comentar sobre minha singela coleção de rolhas, expostas ali naquela foto do post anterior, despertei nele a resposta devida. Disse ele:
Silvano, esse negócio de coleção de rolhas é relativo....depende do enfoque que queres dar....A minha coleção (que deve estar beirando as mil rolhas), eu determinei que guardaria só as que eu abrisse....e assim foi... tem que haver uma razão para a guarda das rolhas.... Te mando fotos delas um diaAbração.” Betho Giordani
Viu só, isso é uma coleção de rolhas. Mil rolhas. Algumas aparecem nestas duas fotos aqui desta postagem. Mas também tem aquilo. O que vale é colecionar as coisas que a gente viveu. No caso , ele guarda as rolhas de bebidas que abriu. Não sou um grande abridor de garrafas. Apenas estou reunindo aquelas que bebi. A julgar pelo meu lento ritmo de consumo de bebidas alcoólicas, morrerei bem antes de ter mil rolhas.
Uma outra coisa que me surpreendeu é que os vinhos estão sendo invadidos por rolhas de material artificial, a boa e velha cortiça está sendo deixada de lado. Achei um pouco triste. Talvez tenha a ver com a preservação do ambiente, não sei. Mas fazer rolhas de borracha? A partir de petróleo? Sim, na postagem anterior, aquela que destaquei, a do J.P. CHENET, é artificial. Fazer o quê?
Nos emails seguintes o Chef citou uma expressão que me remeteu ao passado. Falou do “sabrage”. Disse ele: “Nas fotos, as rolhas que aparecem mais escuras, são do vidro das garrafas de espumantes, cavas e champanhes que ficam grudados na rolha quando se abre com a técnica do sabrage. Sim...eu tenho um sabre...é muito legal. Giordani.
Anos atrás, ainda estudante, tive a oportunidade de trabalhar num Bar que era hit na capital gaúcha, o 433. O 433 ficava ali no Bairro Auxiliadora e agitava as noites de Porto Alegre. Outra hora conto mais detalhes desse tempo. Um dos donos era o BOB, que na gíria da gauchada era e sempre foi um cara “gente fina”, ou seja, um cara legal. Uma das coisas que aprendi com ele foi essa do “sabrage”. Na hora de abrir uma garrafa de champanhe, ao invés de simplesmente tirar a rolha, ele tomava de uma lâmina, uma faca grande (um sabre, enfim) e dava um golpe no gargalo da garrafa. A garrafa se quebrava exatamente ali, no gargalo e permitia a degustação do precioso líquido. Alguém poderia dizer: - Mas e os cacos de vidro? Com a pressão da bebida, eventuais lascas eram jogadas para fora. Trata-se de um ritual, uma coisa especial.
Ao ler essa mensagem do Chef Giordani fui remetido àquele tempo. Lembrei vivamente das garrafas assim abertas.
Zapeando pela internet, leio num blog de um certo Pedro Missioneiro que essa coisa do sabrage remonta aos tempos de Napoleão Bonaparte, quando os franceses comemoravam no campo de batalha as suas vitórias. Munidos de sabres, davam aquele cutelaço nas garrafas que se abriam para o supremo deleite. O costume atravessou o tempo e os oceanos e até hoje se mantém. Existem, inclusive, os sabres feitos só para isso.
O Youtube dirime qualquer dúvida. Assim, estou postando aqui abaixo um breve filminho que não apenas demonstra como ensina a técnica.
Comece pelas rolhas. Depois vá ao sabre. Por fim, a exemplo do Chef Giordani, especialize-se.
Silvano – entalado no gargalo da garrafa

16/07/2009

2 comentários:

Rosalva disse...

É, COISA DE GORDO sempre é cultura!

Anônimo disse...

Silvano, obrigado pelas consideraçoes em teu blog a respeito de minhas citaçoes.
Uma explicaçao pro povo nao achar que sou bebum ou nao tenho mais figado viavel:Eu guardo as rolhas das garrafas que abro, nao necessariamente as tenha bebido por completo.
Quanto ao sabrage, a téscnica é muito legal e tem um inconveniente:bebe-se mais.Algumas pessoas de sua turma certamente irao se aventurar no sabrage, consumindo mais garrafas!!
Dica aos iniciantes:treinem em garrafas de Cidra, sao mais baratas.Nao serão poucas as vezes que a garrafa ou se espatifará em suas mãos ou o gargalo se quebrará pela metade. Quando dominarem be a técnica, abram um espumante / champagne / cava.
Ainda temos o que eu chamo de "copage", que é abrir o espumante com a tecnica do sabrage, mas com uma taça ou copo.
Mas é para mis adiante.
Abraço
Giordani